sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Reformas Religiosas_Expansão Comercial e Marítima

As Reformas religiosas
No século XVI, a Cristandade Ocidental passou por alterações profundas, as quais geraram novas igrejas cristãs. Até aquele momento, a Igreja Católica era hegemônica, porém, a partir dali teve a sua supremacia abalada e a sua organização alterada. A essa ruptura da unidade religiosa deu-se o nome de Reforma ou Reforma Protestante, iniciada na Alemanha por Martinho Lutero.

OS PRECURSORES DA REFORMA
Alguns católicos já defendiam a reforma católica. No século XIV, o inglês John Wyclif, professor da Universidade de Oxford, defendeu a diminuição da importância do clero e propunha a simplificação da missa e a secularização dos bens da Igreja.
No século XV, Jan Huss, professor da Universidade de Praga, criticava os excessos do clero e a hierarquia da Igreja, também defendia que os cultos deveriam ser feitos na língua local, para que os fiéis pudessem entendê-los e deles participar.

ANTECEDENTES DAS REFORMAS
A Reforma foi um movimento de caráter religioso, político e econômico, fruto das condições que caracterizaram a época moderna. Vejamos os principais fatores que levaram a esse movimento:
» enfraquecimento da autoridade papal, provocado por conflitos entre papas e imperadores;
» luxo exagerado em que viviam papa e bispos;
» despreparo de muitos clérigos, que haviam conseguido seus cargos de maneira irregular;
» descumprimento do voto de castidade por parte de vários sacerdotes;
» venda de cargos da Igreja, de relíquias religiosas falsas e de indulgências (indulgência era o perdão, em parte ou na totalidade, do castigo temporal do pecado. Inicialmente, esse perdão era conseguido através de ações caridosas, preces, participação nas lutas para combater os infiéis. Mas a Igreja, pretendendo angariar dinheiro, passou a vendê-la por enormes quantias). Além desses fatores, também é preciso considerar o choque entre o agostinismo e o tomismo. Santo Agostinho (354-430) dizia que o destino do homem estava totalmente nas mãos de Deus. Seu conceito de salvação, baseado na predestinação, foi aceito por todos os reformadores do século XVI.
Em contraposição, Santo Tomás de Aquino afirmava que Deus dotara o homem de livre-arbítrio, com o poder de escolher o bem e afastar o mal, auxiliado pela graça divina. O tomismo havia sido incorporado à teologia oficial da Igreja Católica, a partir do século XIII.
A Igreja, condenando a usura e o lucro desmedido e pregando o justo preço, desagradava profundamente a burguesia.
Havia também o desejo de muitos príncipes e reis de se apossarem das terras e riquezas da Igreja e o ressentimento contra os tributos impostos pelo papa.
A formação do Estado moderno e o aprofundamento do espírito de nação contribuíram para que muitos governantes não admitissem mais a interferência papal nos negócios do Estado.












A REFORMA LUTERANA
No século XVI, a Alemanha não era um Estado centralizado. Compunha-se de principados, ducados, condados, cidades livres, e outros territórios, dentro dos limites do maior reino da Europa cristã, o Sacro Império Romano-Germânico, cujo imperador era eleito por uma assembléia formada pela alta nobreza, denominada Dieta.
A fragmentação política colaborava para que o poder da Igreja fosse muito grande. A autoridade papal, por ser universal, praticamente unificava todos os alemães.
Na maior parte do Sacro Império desenvolvia-se a agricultura, ainda com características feudais, onde a Igreja detinha a propriedade de um terço das terras. A atividade comercial concentrava-se apenas no litoral norte e no sudeste.
Na Alemanha, o líder do movimento reformista foi o monge agostiniano Martinho Lutero, professor da Universidade de Wittenberg, que se revoltou contra a venda de indulgências, autorizada pelo papa Leão X, em 1517, a fim de obter fundos para terminar a construção da nova Basílica de São Pedro. Lutero afixou nas portas da Catedral de Wittemberg as 95 teses, em que expunha a sua doutrina, mas não evidenciava um rompimento definitivo com a Igreja. As principais teses que Lutero defendia eram:
» a salvação pela fé: somente a fé em Deus assegurava a graça divina;
» reconhecimento de apenas dois sacramentos: o batismo e a eucaristia;
» a Bíblia: a única fonte da fé e todos os cristãos deveriam compreendê-la e interpretá-la;
» as práticas religiosas simples e com devoção;
» rejeição da hierarquia eclesiástica e o celibato do clero.

A doutrina luterana estendeu-se com bastante rapidez por toda a Alemanha. Muitos príncipes e nobres, interessados nas terras da Igreja, aderiram ao luteranismo, iniciando uma grande revolta, confiscando as suas riquezas. Também os camponeses tornaram-se luteranos e se revoltaram.
Em 1520, o papa Leão X excomungou Lutero, que queimou a bula de excomunhão em praça pública. Para que ele se retratasse, o Imperador Carlos V convocou a Dieta de Worms. Mas Lutero manteve-se firme na sua posição, sendo condenado.
O luteranismo continuava avançando. Em 1529, pela Dieta de Spira, ficou definida a tolerância da nova religião, porém somente nos Estados que já a tinham adotado.
Desta forma, ficava proibida a sua propagação. Esta decisão provocou protestos dos partidários de Lutero, razão pela qual passaram a ser chamados de protestantes.
Em 1530, Filipe Melanchton redigiu uma profissão de fé denominada Confissão de Augsburgo, onde estavam os princípios da doutrina luterana.
Um ano depois, os príncipes luteranos uniram-se contra o imperador Carlos V, formando a Liga de Smalkade. Esse conflito somente foi resolvido em 1555, quando foi assinada a Paz de Augsburgo. Ela representou o triunfo da nova corrente religiosa, pois se estabeleceu que cada príncipe determinaria a religião a seguir.












A REFORMA CALVINISTA
As ideias de Lutero influenciaram outros movimentos reformistas. Na Suíça, Ulrico Zwinglio deu início a um novo movimento. Zwinglio obteve êxito relativo na parte norte daquele pais. Como os cantões do sul permanecessem católicos, seguiu-se uma guerra religiosa. As principais características da nova doutrina religiosa eram:
» justificação pela fé;
» rejeição ao celibato clerical;
» combate à veneração de imagens e negação do valor das relíquias e do poder do papa.

A obra de Zwinglio foi continuada por um francês, João Calvino, que propagou sua doutrina em Genebra, na Suíça. Entre seus preceitos religiosos, destacam-se:
» a salvação não dependia da fé ou das obras, pois o homem já nasce predestinado à salvação
ou á condenação;
» aceitação da Bíblia como única fonte da verdade;
» exclusão do culto aos santos e às imagens;
» combate ao celibato clerical e à autoridade papal;
» manutenção dos sacramentos do batismo e da eucaristia;
» justificação da usura.

A doutrina calvinista teve grande aceitação entre os burgueses, preocupados com a valorização do trabalho e da riqueza, conquistada por meio do trabalho, desejáveis por Deus.
A Reforma Calvinista teve aceitação em vários países da Europa.
Na França e nos Países Baixos, os calvinistas eram chamados de huguenotes; na Inglaterra, de puritanos, e na Escócia, de presbiterianos.



A REFORMA ANGLICANA
A Reforma na Inglaterra foi provocada por diversos fatores, dentre eles:
» a influência das ideias de John Wyclif;
» o nacionalismo inglês, que se opunha à dominação de Roma;
» a evasão de renda, devido aos tributos pagos pelos ingleses à Igreja;
» a necessidade dos reis ingleses de se livrarem da influência de Roma para centralizar o poder.

O motivo que provocou a Reforma Anglicana foi o rompimento entre o rei inglês Henrique VIII e o papa Clemente VII. O monarca pretendia anular seu casamento com Catarina de Aragão. Devido à oposição do papa, o rei reuniu um tribunal composto de bispos ingleses que aprovou a anulação do matrimônio real, o que levou à excomunhão de Henrique VIII. O rei, em 1534, fez com que o Parlamento aprovasse o Ato de Supremacia, pelo qual ele era reconhecido como o único chefe da Igreja nos territórios ingleses.
O anglicanismo consolidou-se definitivamente durante o reinado de Elizabeth I, quando esta fez o Parlamento promulgar a Lei dos 39 Artigos (1562), que transformaram a religião inglesa numa combinação dos rituais católicos com a doutrina calvinista.
O monarca inglês passou a reunir os dois poderes, o material e o espiritual, o que permitiu o aumento do poder real. Baseado nessa unidade, ele (o monarca):
» suprimiu o pagamento de contribuições ao papado
» determinou a extinção dos mosteiros;
» nomeou bispos, vendeu os bens do clero regular aos nobres e comerciantes;
» manteve apenas dois sacramentos: o batismo e a eucaristia;
» conservou a liturgia da missa católica, porém com a supressão do sacrifício;
            » adotou a língua inglesa para o culto;
            » aceitou que somente as Sagradas Escrituras eram fonte da fé;
            » definiu a salvação pela fé, com um peso de predestinação.


A REFORMA CATÓLICA
O êxito das posições reformistas deu origem a uma reação da Igreja Católica.
O movimento de reação ao protestantismo e de renovação da Igreja é conhecido como Contra Reforma ou Reforma Católica, surgida da reunião dos bispos no Concilio de Trento.
As primeiras experiências efetivas ocorreram na Espanha. Os reis católicos, Fernando e Isabel, impulsionaram a reforma do clero, intelectual e moralmente, o que foi possível porque a Igreja na Espanha era dependente do Estado. Dessa maneira, as iniciativas partiram da Coroa.
Em 1545, o papa Paulo III convocou o Concilio de Trento para posicionar-se ante as críticas protestantes. Os bispos estiveram reunidos de 1545 a 1547, de 1551 a 1552 e, por fim, de 1562 a 1563. O Concilio optou pelo revigoramento da espiritualidade, para isso:

» condenou a doutrina protestante da justificação pela fé;
» proibiu a intervenção dos príncipes nos assuntos eclesiásticos e a acumulação de benefícios, pois confirmava que o papa e os bispos detinham os poderes outorgados por Jesus Cristo a São Pedro e aos apóstolos;
» definiu o pecado original;
» manteve os sete sacramentos, o celibato clerical e a indissolubilidade do matrimônio, o culto aos santos - com procissões e rezas - e as relíquias;
» disciplinou a formação e regrou a vida dos padres, por meio dos seminários;
» confirmou que o dogma está fundado nas Sagradas Escrituras, cabendo somente à Igreja
Católica o poder de interpretá-lo, e na tradição;
» confirmou a missa como o centro do culto e, no momento da eucaristia, a presença real de
Cristo;
» determinou a publicação de um resumo da doutrina cristã - o catecismo.

Além dessas decisões, houve a elaboração do Index, catálogo dos livros proibidos aos católicos e o restabelecimento dos Tribunais da Santa Inquisição, adotando o nome de Tribunal do Santo Ofício, cuja finalidade era reprimir as heresias, porém acabou se tornando um órgão de repressão que combateu a liberdade individual e instituiu o terror. As pessoas acusadas eram sujeitas à tortura para confessar sua culpa.
Para o êxito da Reforma Católica foi de grande importância a participação da Companhia de Jesus, fundada em 1534, porém reconhecida somente em 1540. Essa ordem se empenhou decisivamente na reorganização da Igreja Católica, apoderou-se da tarefa de educação de importantes setores da sociedade e por meio dela combatia o protestantismo, reafirmando todos os dogmas católicos. Outro trabalho importante da Companhia de Jesus foi o da conversão ao catolicismo de grande parte dos povos indígenas e africanos no continente americano, recém-descoberto.

REFORMA CATÓLICA E ARTE BARROCA
Estilo artístico e literário, que se seguiu ao Renascimento e prolongou-se, na Europa e América, pelos séculos XVII e XVIII, estreitamente vinculado à Reforma Católica. A religiosidade é um traço predominante desse estilo.
A pintura barroca caracterizou-se pelo exagero na expressão dos sentimentos. Na construção das igrejas, predominou a sobriedade externa, a riqueza dos ornatos internos. Na Itália, o arquiteto Gian Lorenzo Bernini se destacou ao projetar a praça de São Pedro, no Vaticano.


A expansão comercial e marítima
Na medida em que os Estados modernos iam se consolidando, os reis e a burguesia trataram de empreender novas atividades lucrativas, buscando novos produtos e mercados para solucionarem os problemas internos. Essa ânsia por lucros impulsionou a procura do caminho marítimo para o Oriente, as índias, região produtora de mercadorias de luxo e especiarias, que acabou resultando no movimento chamado Grandes Navegações. Esse movimento provocou também a conquista de terras até então desconhecidas dos europeus e a formação de impérios coloniais.

AS GRANDES NAVEGAÇÕES
Portugal foi o país pioneiro das Grandes Navegações. No final do século XV, a Espanha também lançou-se a essas atividades.
Os principais fatores que provocaram o movimento das Grandes Navegações foram:
» Necessidade de quebrar o monopólio das cidades italianas: a partir do século XI, as cidades do norte da Itália, Gênova e Veneza, passaram a dominar o Mediterrâneo oriental. A burguesia europeia passou a se interessar em quebrar o monopólio italiano, mas, para tanto, era necessário descobrir um novo caminho marítimo para as índias.
» Escassez de metais preciosos na Europa, causada pela grande quantidade de moedas que os países europeus usavam para fazer o pagamento das importações.
» Aliança entre o rei e a burguesia: essa aliança buscava uma valorização do comércio e acentuava a centralização do poder.
» Progresso técnico e científico: como o desenvolvimento da cartografia e da astronomia, o aperfeiçoamento das embarcações e a utilização da bússola e do astrolábio.

AS NAVEGAÇÕES PORTUGUESAS
As navegações portuguesas tiveram início em 1415, quando foi tomada a cidade de Ceuta, ao norte da África, um importante ponto estratégico, comercial e militar.
Gradativamente os navegantes portugueses foram avançando:
» em 1437, Gil Eanes ultrapassou o cabo Bojador;foram descobertas várias ilhas: Açores, Madeira, Cabo Verde;
» em 1488, Bartolomeu Dias contornou o extremo sul do continente africano, provando que o plano de navegação portuguesa estava certo.
» em 1497, o monarca português enviou Vasco da Gama à índia. Ele chegou em 1498 à cidade de Calicute. Estava descoberta uma nova rota marítima, que acabou com o monopólio das cidades italianas de Gênova e Veneza.

A partir daí, o controle comercial dos produtos de luxo e das especiarias ficou, durante algum tempo, nas mãos dos portugueses, entre novembro e dezembro de 1498, Duarte Pacheco Pereira aportou em terras brasileiras, nas proximidades dos atuais estados do Maranhão e Pará. Desse evento, resultou, em 1500, a viagem comandada por Pedro Álvares Cabral. O pioneirismo português foi decorrência da localização estratégica, voltada para o Atlântico, o que possibilitou o desenvolvimento do comércio e a formação da burguesia; incentivo às técnicas de navegação; poder centralizado e; situação de paz no país.




                                                                                                            
AS NAVEGAÇÕES ESPANHOLAS
Com a conquista de Granada, em 1492, a Espanha foi o segundo país europeu a adquirir condições de empreender viagens marítimas, com o objetivo de chegar às índias. Nesse mesmo ano, o navegante genovês Cristóvão Colombo, que acreditava poder atingir o Oriente pelo Ocidente, dando a volta ao mundo, teve seu plano aceito pelos reis católicos espanhóis, Fernando e Isabel.
No dia 3 de agosto, Colombo partiu do porto de Paios com três caravelas: Santa Maria, Pinta e Nina. Em 12 de outubro, a expedição desembarcou na ilha de Guanaani. Depois de alguns dias atingiu as ilhas de Cuba e Haiti.
Além dessa viagem, que resultou no descobrimento da América, a Espanha realizou outras:
»1500 - Vicente Ianes Pinzón chegou até a foz do rio Amazonas, denominando-o "mar Dulce";
»1513 - Vasco Nunes Balboa descobriu o Oceano Pacífico;
»1515 - João Dias Solís explorou o rio da Prata;
» 1519 - Fernão de Magalhães, português a serviço da Espanha, deu início à primeira viagem de circunavegação. Assassinado por nativos nas Filipinas, sua expedição passou a ser comandada por Sebastião del Cano, que completou a viagem.

PORTUGAL E ESPANHA FAZEM A PRIMEIRA PARTILHA DO MUNDO MODERNO
A concorrência espanhola nas navegações preocupou o governo português, que temia pela rota oriental que procurava e pelas terras que já havia encontrado.
A disputa entre os países ibéricos foi encaminhada ao papa Alexandre VI, que, em maio de 1493, expediu a Bula Inter Coetera. Por ela, a Espanha ficava com a posse de terras situadas a ocidente de uma linha meridiana imaginária traçada de pólo a pólo, a 100 léguas das ilhas de Açores e Cabo Verde.
O rei de Portugal, D. João II, considerando que seu país fora prejudicado, protestou contra a decisão do papa.
Diante da ameaça de Portugal, os reis da Espanha aceitaram estabelecer diretamente outro acordo, que resultou, em julho de 1494, no Tratado de Tordesilhas. Ficou estabelecido um meridiano traçado a 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde. As terras situadas a oeste desse meridiano pertenceriam à Espanha e a leste, a Portugal.
O Tratado de Tordesilhas representa a primeira partilha do mundo moderno, dividindo as terras entre as nações mais importantes naquele momento: Portugal e Espanha.
Dessa forma, Portugal ficou com o domínio de quase todo Atlântico sul, que era importante como defesa de sua rota para a índia, e abria a possibilidade de tomar posse de terras ocidentais.















A REVOLUÇÃO COMERCIAL
A expansão comercial e marítima europeia deslocou o eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico, ampliou as relações comerciais entre o Ocidente e o Oriente, provocou a entrada de metais preciosos na Europa, fez crescer o poder econômico da burguesia, fortaleceu o poder real e deu origem aos impérios coloniais modernos.
Todas essas transformações são conhecidas como Revolução Comercial, cujas características foram:
» Nascimento do capitalismo: surgiram as características essenciais do capitalismo: a propriedade privada dos meios de produção, trabalho assalariado, reaplicação dos lucros e, no estágio inicial, livre concorrência.
» Mercantilismo: política econômica adotada por alguns Estados, a fim de torná-los ricos e poderosos. São características do mercantilismo:
• estatismo: controle estatal da economia;
• metalismo: acumulação de metais preciosos;
• balança comercial favorável: expandir as exportações e diminuir as importações;
• protecionismo: proteção aos produtos nacionais, impondo taxas elevadas para a importação de produtos estrangeiros.

» Nascimento do sistema bancário: com o aumento da produção e do comércio, começaram a aparecer novas casas bancárias na Europa.
» Sistema doméstico de produção: os empresários compravam a matéria-prima e distribuíam aos trabalhadores, que a manufaturavam em troca de um pagamento estipulado.
» Companhias regulamentadas: eram associações de comerciantes que se uniam para um empreendimento.
» Sociedades por ações: as pessoas reuniam capitais, tornando-se acionistas de uma empresa.
» Moeda-padrão: surgiu da necessidade de existência de sistemas monetários mais estáveis e uniformes.

A Revolução Comercial provocou:
» nascimento do capitalismo, com o desenvolvimento dos elementos que o constituem ;
» ascensão da burguesia, que passa a deter o poder econômico em quase todos os países da Europa;
» restabelecimento da escravidão, cuja finalidade era garantir mão de obra barata em unidades produtivas coloniais;
» progresso da agricultura, provocado pelo aumento da população e pelos incentivos burgueses.


Neocolonialismo_Partilha da África e Ásia_Primeira Guerra Mundial e Revolução Russa_3º ano


AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS E AS ORIGENS DA "PAZ ARMADA"
No final do século XIX, o desenvolvimento econômico da Europa Ocidental exercia sobre o mundo uma influência preponderante.
A concorrência entre os países gerava conflitos e, para resolvê-los, os governantes apontavam para a política de equilíbrio internacional. Entre as grandes potências, de 1871 a 1890, cada vez mais a Alemanha tornava-se proeminente e, para impedir o desenvolvimento francês, fomentava a política de alianças entre nações. A principal delas foi o Tratado da Tríplice Aliança, de 1886, um bloco político que reuniu Alemanha, Áustria e Itália, e cujo fim maior era o isolamento da França.
A França revidou, fomentando o revanchismo, expressão da sua inconformidade com as perdas da guerra franco-prussiana. Crescia cada vez mais a rivalidade franco-alemã.
A Itália, num primeiro momento, participou da aliança anti francesa, pois, em 1881, os franceses haviam anexado a Tunísia, na África, região cobiçada pelos italianos. Porém, em 1896, a oposição entre italianos e franceses diminuiu, resultando em acordos de comércio e amizade, e a Itália declarou-se neutra. Esse fato significou o enfraquecimento da Tríplice Aliança.
Aos poucos se formavam nacionalismos e imperialismos agressivos. Os países passaram a empreender uma corrida armamentista, estimulando e intensificando a indústria de guerra. Cada vez mais os governos aumentavam o contingente do exército nacional, responsável pela defesa e ampliação das fronteiras. Em 1898, a indústria alemã duplicou a frota de navios de guerra, evidenciando a sua preocupação com o domínio dos mares.
Naquele final de século se configurava a "Paz Armada".


A Era dos Impérios e o Neocolonialismo
No século XIX, ocorreu significativa expansão dos Estados capitalistas europeus. Os governantes engendraram a política de expansão econômica e territorial, sobretudo na África e na Ásia.

O NE0C0L0NIALISM0
A partir de meados do século XIX, as nações industrializadas da Europa iniciaram a corrida em busca de colônias na Africa e na Asia. Os fatores que motivaram o neocolonialismo foram:
» busca de novos mercados consumidores, de matérias-primas e de mão-de-obra barata para acelerar o processo de industrialização;
» excedentes populacionais: a população de algumas nações industrializadas começou a crescer demais e a não encontrar trabalho (especialmente no campo).
» desenvolvimento do espírito nacionalista: a rivalidade entre as nações estimulou o espírito nacionalista, o que obrigou os governos a se preocuparem com as demarcações de fronteiras, com a unificação de seus territórios.

A JUSTIFICATIVA DO IMPERIALISMO
As nações imperialistas procuraram justificar o imperialismo desenvolvendo doutrinas racistas, religiosas e técnico-científicas, nas quais propugnavam a superioridade européia:
» doutrina racista: o imperialismo disseminou a ideologia da superioridade racial do branco europeu, em relação ao africano.
» doutrina religiosa: a Igreja Católica afirmava que ela possuía a missão de salvar as almas dos infiéis convertendo-os ao cristianismo.
» doutrina da supremacia técnico-científica: os europeus consideravam-se superiores em relação aos demais povos, já que experimentavam um notável progresso científico.


A PARTILHA DA AFRICA
Em 1815, os ingleses compraram dos holandeses as colônias do Cabo e do Natal. A partir desse momento, o governo inglês adotou a política de introdução de imigrantes e de liberdade e proteção aos negros da região. Convém salientar que, em 1833, o governo inglês aboliu a escravidão nas suas colônias africanas.
A burguesia industrial inglesa tinha novos interesses em relação à Africa negra. Via ali a possibilidade de estabelecer colônias para o fornecimento de matéria-prima. Para isso, era necessário utilizar a mão de obra nativa.
Outros países europeus, entre eles a França, se preparavam para entrar no processo de colonização e exploração da África. Em 1830, os franceses invadiram e conquistaram a Argélia. Mais tarde, anexaram a Tunísia, a Africa Ocidental francesa, a África equatorial, a Somália e Madagascar.
A descoberta de diamantes na região de Orange, na década de sessenta do século XIX, levou à valorização capitalista do continente africano. Leopoldo II, rei da Bélgica, dominou a região do Congo, entre 1875 e 1885.
A partir de 1875, os ingleses compraram ações do canal de Suez, que liga o mar Vermelho ao Mediterrâneo. Por esse canal, chegariam até à índia e estabeleceriam a sua influência no Egito, trampolim para dominar o continente africano. Anexaram o Sudão, a Rodésia, a Costa do Ouro, a Nigéria, o Quênia e a Somália.
Nessa época, os alemães estavam em pleno período de unificação, mas pretendiam ingressar na partilha, conquistando a África Oriental. Em seguida, dominaram o Togo, a Tanganica, o Sudoeste africano e a região de Camarões.


A Inglaterra mantinha a supremacia da ocupação africana. Entre 1899 e 1902 os ingleses viram-se envolvidos numa guerra colonial, a Guerra dos Bõers.
Os Bõers, descendentes de holandeses, dominavam a região aurífera de Transvaal e de Orange. A Inglaterra, com a finalidade de explorar o ouro do sul da África, invadiu a região e impôs, após três anos de guerra, a sua dominação sobre os Bõers. Apesar disso, a guerra continuou e os Bõers conseguiram algumas vitórias, beneficiando-se com a ascensão de Gladstone ao poder, na Inglaterra, em 1881, que reconheceu oficialmente as repúblicas de Orange e do Transvaal.
Nos anos que se seguiram, verificou-se a corrida do ouro na África do Sul e grandes companhias mineradoras ali se instalaram. Advieram novos conflitos. Em 1902, foi definida a paz, pela qual as repúblicas de Orange e Transvaal perdiam a independência, dando origem, no ano de 1903, à República Sul-Africana.
Na partilha da África, houve a participação de outras nações europeias, como os países ibéricos, mas que atuaram de forma restrita. Portugal ficou com os territórios de Moçambique, Angola e Guiné. Para a Espanha, coube a região do Rio do Ouro, parte da Guiné e do Marrocos. Outra nação que também participou foi a Itália, que ficou com a Eritréia, a Líbia e a Somália.
O neocolonialismo europeu foi responsável pela destruição das estruturas tradicionais das sociedades africanas. Em meio século, as famílias, as aldeias e as tribos foram incorporadas pelos colonizadores.
Os europeus reorganizaram a economia dos povos africanos, que se tornou agroexportadora, de base monopolista. As indústrias, o comércio, as estradas de ferro e a rede portuária criados no continente africano, serviam para atender os interesses do capitalismo financeiro e monopolista, em sua Era Imperialista.




A PARTILHA DA ÁSIA
Desde o final do século XVIII, a Inglaterra explorava a índia, que era um país agrário, tendo o seu comércio restrito apenas ao litoral. Em meados do século XIX, a dominação econômica inglesa já estava consolidada, porém os cipaios (nativos que serviam no exército colonial) reagiram. Os cipaios foram reprimidos e a índia colocada sob a tutela do governo inglês, que reorganizou a administração e criou a autoridade suprema do vice-rei.
A burguesia inglesa começou a investir capitais na agricultura de plantations de algodão e juta, matéria-prima indispensável à indústria têxtil inglesa. Além disso, o vice-rei triplicou o exército colonial, o que facilitou a conquista de outras regiões como a Birmânia, o Ceilão, o Tibet e o Paquistão.
A burguesia comercial inglesa, desde o século XVIII, mantinha relações econômicas com a China. O principal porto que serviu a esse comércio era o de Cantão. No começo do século XIX, a Companhia das índias Orientais inglesa intensificou as atividades comerciais, adquirindo chá e vendendo ópio, derivado de uma planta cultivada na índia e na Birmânia.
Todavia, o governo chinês, desde 1730, havia proibido a utilização e venda desse produto.
O governo chinês empreendeu intensa repressão ao comércio do ópio, mandando, em 1839, destruir o carregamento inglês de 20 mil caixas desse produto, ainda no porto de Cantão. Os ingleses reagiram e foi declarada guerra à China, a Guerra do Ópio (1840-1842), que só terminou quando os chineses se viram obrigados a assinar o Tratado de Nanquim, em 1842. Por esse Tratado, os ingleses conseguiram a abertura.
Após a Guerra do Ópio, a China foi invadida pela França e pelo Japão, que também obtiveram a concessão de comercializar nos portos daquele país, estendida mais tarde à Rússia, Itália, Alemanha e Estados Unidos.
Enquanto os estrangeiros dominavam o país, os chineses começaram a reagir. Em 1900, a sociedade dos boxers, associação secreta nacionalista, começou a provocar atentados contra os estrangeiros. As nações europeias organizaram uma ação conjunta para reprimi-los. Desse confronto, em 1901, ocorreu a Guerra dos Boxers, quando este grupo foi massacrado e a China teve de reconhecer as concessões já feitas, além de pagar indenização aos inimigos.
No caso do Japão, em 1853, os norte-americanos enviaram uma esquadra para forçar a abertura dos portos japoneses aos seus produtos. O governo japonês viu-se obrigado a assinar o Tratado de Kanagawa, onde concordava com as exigências. Somente em 1867, essa situação se alterou. Teve início a Era Meiji, que levou o país a profundas transformações. No final do século XIX, as indústrias japonesas funcionavam plenamente e, na falta de matéria-prima e fontes energéticas, o Japão fez guerra contra a China. Em 1905, os japoneses guerrearam contra os russos, ocupando a Coréia, e contra os franceses, dominando a Indochina.

OS EFEITOS DO IMPERIALISMO
O avanço capitalista na Africa e na Asia quebrou definitivamente a auto-suficiência daqueles povos. Para os colonizadores, as colônias deveriam suprir a metrópole de matéria-prima necessária à industrialização.
A colônia devia absorver grande parte da produção excedente da metrópole desenvolvida. Para que os investimentos se tornassem lucrativos, era preciso criar a infraestrutura de exportação: estradas de ferro, pontes, portos. As nações capitalistas subordinaram as economias coloniais, o que deu origem ao subdesenvolvimento dos países colonizados.

       




  A Primeira Guerra Mundial
A Primeira Guerra Mundial durou de 1914 a 1918 e suas raízes encontram-se no final do século XIX, particularmente após 1870.

O CENÁRIO DA GUERRA
Na preparação da Primeira Guerra Mundial participaram as potências imperialistas, cujo objetivo era a repartição do mundo, a fim de garantir matéria-prima, mercado consumidor e mão de obra para sua produção industrial.
A Inglaterra dominava a maioria dos mercados mundiais, seguida pela Alemanha. O governo alemão, para consolidar os seus intentos imperialistas, projetou a construção de uma estrada de ferro ligando Berlim a Bagdá, para o transporte de petróleo do golfo Pérsico aos mercados ocidentais. A Inglaterra se opôs a esse projeto porque traria dificuldades para o comércio com suas colônias.
Enquanto isso, os nacionalistas franceses pregavam o revanchismo à Alemanha, com o intento de recuperarem os territórios perdidos de Alsácia-Lorena.
Finalmente, a França e a Alemanha disputavam um domínio do Marrocos, ao norte da África. Em 1911, a França anexou o Marrocos, porém, cedeu à Alemanha parte do Congo francês.
O equilíbrio em blocos
Desde 1886 a Alemanha liderava o bloco da Tríplice Aliança, composta pela Áustria e Itália. Por volta de 1904, a França reagiu ao isolamento e revidou, compondo com a Inglaterra outro bloco, a Entente Cordiale, interessadas em impedir a supremacia alemã. Alguns anos após, em 1907, França e Inglaterra uniram-se à Rússia, formando a Tríplice Entente.


A POLÍTICA ARMAMENTISTA NA DEFESA DA "PAZ ARMADA"
No começo do século XX, os países ricos da Europa, preocupados com o equilíbrio internacional, propugnavam pela paz. Mas, contraditoriamente, estimulavam a indústria de armamentos e recrutavam civis para aumentar os contingentes militares. O militarismo cresceu e a possibilidade de acordo para manter um equilíbrio entre as nações imperialistas se
tornava cada vez mais difícil. Dessa forma, os focos de tensão e a disputa pela supremacia conduziram os países europeus à corrida armamentista.
Ao mesmo tempo, eclodiu a chamada crise dos Bálcãs. Em 1906, o Império Áustro-Húngaro anexou dois Estados eslavos, a Bósnia e a Herzegovina, impedindo a possibilidade de formação da Grande Sérvia, com vistas a obter uma saída para o mar Mediterrâneo. Esse fato acentuou a rivalidade entre
Áustria-Hungria e a Sérvia.
No dia 28 de junho de 1914, o arquiduque Francisco Ferdinando, futuro governante do Império Austro-Húngaro, já próximo de assumir o trono, em visita a Sarajevo, capital da Bósnia, foi assassinado com sua esposa. A responsabilidade do assassinato coube ao estudante bósnio Gabriel Princip. Um mês depois, o Império Austro-Húngaro declarou guerra à Sérvia, que contou com o apoio da Rússia. 0 incidente de Sarajevo foi o estopim que desencadeou a Primeira Guerra Mundial.










OS PRIMEIROS INSTANTES DA PRIMEIRA GRANDE GUERRA
O desdobramento do conflito nos Bálcãs acabou envolvendo os países europeus, devido à política de alianças. A Itália, que pertencia à Tríplice Aliança, entrou na guerra ao lado da Entente, porque a Inglaterra havia-lhe prometido os territórios irredentos, que não conseguira conquistar da Áustria desde o período da unificação. O Japão, interessado nas possessões alemãs no Oriente, aderiu aos Aliados. Os acontecimentos iniciais da guerra, em 1914, foram:
» 28 de julho: a Áustria declara guerra à Sérvia;
» 29 de julho: em apoio à Sérvia, a Rússia mobiliza seus exércitos contra a Áustria e a Alemanha;
» 1º de agosto: a Alemanha declara guerra à Rússia e, posteriormente, à França;
» 04 de agosto: os exércitos alemães e austríacos invadem a Bélgica, com o objetivo de atacar o território francês;
» 05 de agosto: a Inglaterra declara guerra à Alemanha.

OS MOMENTOS DA GUERRA
Geralmente, costuma-se dividir a Primeira Grande Guerra em fases: Guerra de Movimentação, Guerra de Trincheiras e a Guerra de Movimentação (2ª fase).
      » Guerra de Movimentação dos exércitos: quando as forças em conflito apresentavam um certo equilíbrio. Nesta fase, a Inglaterra decretou o bloqueio naval à Alemanha e aos seus aliados. Enquanto isso, a França conseguia deter o avanço alemão sobre Paris, na Batalha do Marne.

» Guerra de Trincheiras: período entre 1915 e 1917, quando os países aliados tratavam de garantir as suas posições estratégicas. A indústria armamentista cresce e novos recursos
tecnológicos bélicos foram utilizados, como o avião e o submarino.
» Guerra de Movimentação (2ª fase): período entre 1917 e 1918. A partir de 1917, ocorreram alterações significativas na posição dos países aliados, que definiram o fim da guerra: a
Rússia retirou-se do conflito mundial, devido à Revolução Socialista que ocorreu no país; os Estados Unidos entraram no conflito, ao lado da Entente.
Com a saída da Rússia, a Alemanha e Império Austro-húngaro, puderam lançar toda a sua ofensiva contra a França. Reagindo a essa ameaça, os Aliados enviaram uma maciça ajuda militar aos franceses, o que levou ao recuo das tropas alemãs. Os Aliados ocuparam, então, a França e a Bélgica. Era o começo do fim da guerra.

Na Alemanha, a crise econômica propiciava as manifestações socialistas em Berlim. Em 1918, Guilherme II, rei da Alemanha, abdicou e foi proclamada, em 9 de novembro, a República de Weimar (que durou até 1933), liderada pelo partido Social-Democrata. O novo governo decidiu assinar o armistício de Compiègne, em 11 de novembro de 1918, pelo qual os alemães foram obrigados a desocupar o território ocidental europeu, a entregar o armamento bélico pesado, libertar os prisioneiros de guerra e pagar indenizações.


            O TRIUNFO DOS ALIADOS
No princípio de 1919, aconteceu a Conferência de Paris, onde as potências vencedoras se reuniram para impor pesadas penas aos derrotados. A conferência foi Liderada por Loyd George, representante inglês, Clemenceau, francês, e Woodrow Wilson, presidente dos Estados Unidos. Da conferência surgiu, no dia 28 de junho de 1919, o Tratado de Versalhes, que obrigava a Alemanha a:
» restituir a região de Alsácia e Lorena à França;
» ceder as regiões ocupadas á Bélgica, Dinamarca e Polônia;
» entregar as minas de carvão da região do Sartre à França;
» entregar as suas colônias aos países vencedores;
» desmilitarizar a região da Renânia, limítrofe entre a Bélgica e a França, cujo objetivo era evitar possíveis agressões. Os alemães deveriam entregar também a maioria dos navios bélicos à França, à Inglaterra e à Bélgica;
» indenizar os aliados da Entente, já que a Alemanha foi considerada a única responsável pela guerra;
» ceder uma faixa de terra à Polônia, o Corredor Polonês, que lhe permitiu acesso ao mar.

O povo alemão considerou injustas e humilhantes as condições impostas pelo Tratado de Versalhes, pois perdia 2/10 da população ativa, 1/6 das terras cultiváveis, 2/5 do carvão, 2/3 do ferro e 7/10 do zinco, gerando problemas econômicos sérios ao governo republicano de Weimar.
A Alemanha entrou em crise econômica, possibilitando o surgimento e ascensão do movimento nazista de extrema-direita, que defendeu o nacionalismo extremado, levado às últimas consequências, enquanto cresceu a indústria bélica. A Alemanha transformou-se num barril de pólvora.
Ainda durante a Conferência de Paris, o presidente dos Estados Unidos, Wilson, apresentou os Quatorze Pontos, cujo resultado foi a criação, em 1919, da Liga das Nações, com sede em Genebra, na Suíça, que tinha por finalidade a manutenção da Paz Mundial. Porém, essa liga fracassou, pois faltava-lhe poder coercitivo e também porque havia conflitos de interesses entre os países integrantes da Liga.
Mais tarde, os Estados Unidos saíram da Liga das Nações.
Logo após, as potências vencedoras assinaram os seguintes tratados:

» Saint-German, de 1919, que celebrou a independência da Hungria, Polônia, Tchecoslováquia e Iugoslávia.
» Neuilly, de 1919, que definiu o desmembramento dos territórios da Bulgária, em favor da Renânia, Iugoslávia e Grécia.
» Trianon, de 1919, que confirmou o desmembramento dos territórios da Hungria, em favor da Tchecoslováquia (que recebeu a Eslováquia), da Renânia (que ficou com a Transilvânia) e da Iugoslávia (que anexou a Croácia).
» Sèvres, de 1920, que reconheceu a independência da Armênia. A Mesopotâmia e a Palestina passaram à influência inglesa. A União Soviética, ignorada pelas potências ocidentais na execução dos tratados da Conferência de Paris, teve seus territórios invadidos pelos antigos aliados.

OS RESULTADOS DA PRIMEIRA GRANDE GUERRA
» A Europa perdeu 10 milhões de pessoas e ficou com 40 milhões de inválidos.
» Os campos destruídos afetaram a produção agrícola; portos e estradas arrasados prejudicaram o comércio e as cidades ficaram arruinadas.
» A ascensão dos Estados Unidos, como nação mais poderosa do mundo ocidental. O Império Britânico entrou em declínio econômico. Os impérios aristocráticos (Áustro-Húngaro, Alemão, Russo e Turco) desapareceram, e casas reais da Áustria e da Alemanha caíram.
» Aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho.
» 0 desemprego se acentuou nos países europeus.
» 0 liberalismo econômico foi abalado.
» Avanço das ideias socialistas.
» Avanço e fortalecimento do nacionalismo.






A Revolução Russa

O CONTEXTO DA REVOLUÇÃO
No princípio do século XX, o povo russo ainda era governado por um czar, Nicolau II, imperador com poderes ilimitados, cuja monarquia se pautava no direito divino dos reis, legitimado pela Igreja Ortodoxa.
A Rússia concentrava a maior população da Europa, aproximadamente 175 milhões de habitantes, sendo que 85% constituíam-se de trabalhadores rurais. O preço das terras era muito elevado e os camponeses não tinham condições de adquiri-las. As rotineiras e atrasadas técnicas agrícolas desencadeavam a fome e acentuavam as revoltas constantes.
A indústria russa nasceu dependente do capital estrangeiro. Aos poucos, iam sendo montadas as fábricas de metalurgia, mineração e tecelagem, favorecidas pela grande oferta de mão de obra, gerada pelo êxodo rural. A classe operária vivia e trabalhava em condições precárias, com jornada de trabalho de até quatorze horas diárias e sem nenhuma legislação trabalhista.
Os operários começam a reivindicar melhores condições de trabalho. Surgiu o Partido Operário Social Democrata (POSD), em 1898, cujos líderes, principalmente Lênin e Trotsky, incentivavam a classe operária.
Em 1903, durante um congresso do POSD, ocorreu a sua cisão em dois blocos distintos: Bolcheviques e Mencheviques.
» Os Bolcheviques, comandados por Lênin, defendiam a tomada do poder pelo proletariado, que, aliado aos camponeses, devia instalar o regime socialista de governo, por meio da ditadura do proletariado.
» Os Mencheviques eram favoráveis a uma aliança entre o proletariado e a burguesia, como forma de tomar o poder. Pregavam que a Rússia precisava primeiro se desenvolver economicamente, atingindo o capitalismo pleno, para, posteriormente, fazer a revolução.


O ENSAIO GERAL DOS SOCIALISTAS
Em 1904, a Rússia entrou em guerra com o Japão pela disputa de territórios na Manchúria e na Coréia, mas foi derrotada. A situação financeira do país agravou-se e as críticas à administração do governo aumentaram.
Em janeiro de 1905, o povo russo realizou uma grande concentração em frente do palácio do czar para reivindicar uma Constituição, eleições, redução da jornada de trabalho e aumento dos salários. As tropas do czar reagiram com violência e muitas pessoas foram mortas. Esse acontecimento ficou conhecido como Domingo Sangrento.
Protestos, greves e levantes militares explodiram em várias regiões, e o czar, pressionado, prometeu uma Constituição e criou a Duma, assembleia eleita pelo voto censitário.
As promessas acalmaram os ânimos da burguesia e dos Mencheviques, porém os Bolcheviques continuaram organizando os sovietes, assembleias de operários, soldados e camponeses, em várias regiões do país, e a ativar o movimento revolucionário.
Em 1907, Nicolau II voltou à sua posição autocrática, desarticulou os sovietes, mandou prender e deportar os líderes socialistas e controlou a Duma. Isso possibilitou o refreamento do movimento revolucionário.






O OCASO DO IMPÉRIO RUSSO
No mês de agosto de 1914, a Rússia entrou na Primeira Guerra Mundial, ao lado da Inglaterra e da França, interessada em incorporar os Balcãs, o Bósforo, o Dardarelos e Istambul. Todavia, o exército russo não estava devidamente preparado. Mal equipada e sem suprimentos, a grande maioria dos jovens combatentes morreu de fome e de frio. Tal situação permitiu que os aliados da tríplice Aliança, ocupassem vastas extensões do território russo.
A produção agrícola, com a destruição das plantações, diminuiu, os preços subiram e a fome se alastrou. Aumentava a tensão social.
Os Bolcheviques, reorganizados, incentivaram os motins populares e as deserções. As greves, os levantes das Forças Armadas, as lutas camponesas pela terra e a invasão do Palácio de Inverno pelos revolucionários, compunham o cenário perfeito à capitulação do imperador.



1917: O ANO DA REVOLUÇÃO
Em meados de fevereiro de 1917, a crise socio-económica era incontrolável. Os partidos e as associações operárias tentaram em vão organizar uma manifestação.
No dia 25 daquele mês, a greve generalizada parava a Rússia. O czar se viu obrigado a capitular em 2 de março. Seis dias depois, foi preso com a família.
Imediatamente, formou-se o governo provisório com elementos do grupo liberal burguês e dos Mencheviques, os quais se mantiveram no poder até outubro. Desse governo participou o líder menchevique Kerensky.
0 governo provisório manteve a Rússia na Guerra, alegando que as indenizações exigidas pelos alemães eram altas demais e que o pagamento exigiria grande sacrifício dos trabalhadores. Essa atitude revoltou o povo russo.

Outubro de 1917
Em outubro, o Partido Bolchevique (comunista), tomou o poder e instaurou um governo socialista presidido por Lênin. As grandes propriedades foram abolidas, as fábricas foram nacionalizadas e os operários assumiram a sua direção.
Imediatamente, o Conselho dos Comissários do Povo, presidido por Lênin, retirou a Rússia da guerra, assinando o Tratado de Brest Litóvski, em 1918, pelo qual perdeu boa parte de seu território, como a Letônia, Estônia, Lituânia, Polônia, Verânia e Finlândia.
Em seguida à implantação do regime socialista, a Rússia foi sacudida por uma guerra civil, entre 1918 e 1920. A burguesia russa levantou-se contra o novo regime. Foi apoiada pelas nações capitalistas europeias, interessadas em impedir a implantação do socialismo.
A guerra civil dos brancos (opositores) contra os vermelhos (comunistas) tomou conta do país. 0 governo viu-se obrigado a destinar todos os recursos para a defesa das fronteiras, confiscando a produção rural. Esse período ficou conhecido como Comunismo de Guerra, consistindo na nacionalização dos meios de produção, na requisição das colheitas, no trabalho obrigatório e na mobilização militar da população.
No ano de 1921, os brancos foram derrotados e estava afastada a ameaça externa. 0 país estava arruinado, o que levou Lênin a recuar no processo de socialização, adotando uma nova política econômica.







NASCE A UNIÃO DAS REPÚBLICAS SOCIALISTAS SOVIÉTICAS
Após a vitória do Exército Vermelho e a consolidação do Partido Comunista no poder, as potências capitalistas ocidentais trataram de isolar a Rússia, banindo-a das relações internacionais.
A partir de 1922, a Rússia passou a formar a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Inicialmente, a União Soviética era composta pelas repúblicas da Rússia, da Ucrânia, da Rússia Branca e da Tra nscaucásia. Posteriormente, as repúblicas do Uzbequistão e do Turcomenistão, em 1924, e do Tadjiquistão, em 1929, passaram a integrá-la. Após o término da Segunda Guerra Mundial, outros países passaram a fazer parte do bloco socialista, como a Finlândia, a Estônia, a Lituânia, a Iugoslávia, a Bulgária, a Albânia, a Polônia, a Alemanha Oriental, a Tchecoslováquia, a Hungria, a China, Cuba, Congo e Angola.

A Nova Política Econômica
Em 1921, Lênin adotou a Nova Política Econômica (NEP), procurando liberalizar a economia. O governo concedeu certas facilidades à iniciativa privada, porém reservou ao Estado todo o controle sobre a propriedade da terra, dos bancos, do comércio e da grande indústria. A NEP propiciou um rápido crescimento da U.R.S.S.
0 Partido Comunista instaurou a ditadura, baseada na existência de um partido único.

A ditadura stalinista
Com a morte de Lênin, em 1924, o poder foi disputado entre Trotsky e Stalin, mas este último foi o vitorioso. Stalin expulsou Trotsky do Partido Comunista, ordenando sua deportação do país, e governou a URSS até 1953. Concentrou em suas mãos todas as funções, em detrimento das liberdades individuais.
Como consequência do regime ditatorial, a polícia política - KGB - ocupava uma posição de destaque, agindo como principal elemento repressor. Essa época caracterizou-se pela perseguição e execução dos inimigos do governo.
Stalin aboliu a NEP e implantou os Planos Quinquenais, coordenados por uma Comissão Estatal para os Assuntos Econômicos, responsável pela economia planificada, que garantiu a estabilização e o crescimento da Rússia. A forma de atingir esses objetivos foi a nacionalização da indústria e do comércio. Essas medidas garantiram o progresso industrial, principalmente nas áreas do petróleo, eletrificação e maquinaria.




  
AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS E AS ORIGENS DA "PAZ ARMADA"
No final do século XIX, o desenvolvimento econômico da Europa Ocidental exercia sobre o mundo uma influência preponderante.
A concorrência entre os países gerava conflitos e, para resolvê-los, os governantes apontavam para a política de equilíbrio internacional. Entre as grandes potências, de 1871 a 1890, cada vez mais a Alemanha tornava-se proeminente e, para impedir o desenvolvimento francês, fomentava a política de alianças entre nações. A principal delas foi o Tratado da Tríplice Aliança, de 1886, um bloco político que reuniu Alemanha, Áustria e Itália, e cujo fim maior era o isolamento da França.
A França revidou, fomentando o revanchismo, expressão da sua inconformidade com as perdas da guerra franco-prussiana. Crescia cada vez mais a rivalidade franco-alemã.
A Itália, num primeiro momento, participou da aliança anti francesa, pois, em 1881, os franceses haviam anexado a Tunísia, na África, região cobiçada pelos italianos. Porém, em 1896, a oposição entre italianos e franceses diminuiu, resultando em acordos de comércio e amizade, e a Itália declarou-se neutra. Esse fato significou o enfraquecimento da Tríplice Aliança.
Aos poucos se formavam nacionalismos e imperialismos agressivos. Os países passaram a empreender uma corrida armamentista, estimulando e intensificando a indústria de guerra. Cada vez mais os governos aumentavam o contingente do exército nacional, responsável pela defesa e ampliação das fronteiras. Em 1898, a indústria alemã duplicou a frota de navios de guerra, evidenciando a sua preocupação com o domínio dos mares.
Naquele final de século se configurava a "Paz Armada".


A Era dos Impérios e o Neocolonialismo
No século XIX, ocorreu significativa expansão dos Estados capitalistas europeus. Os governantes engendraram a política de expansão econômica e territorial, sobretudo na África e na Ásia.

O NE0C0L0NIALISM0
A partir de meados do século XIX, as nações industrializadas da Europa iniciaram a corrida em busca de colônias na Africa e na Asia. Os fatores que motivaram o neocolonialismo foram:
» busca de novos mercados consumidores, de matérias-primas e de mão-de-obra barata para acelerar o processo de industrialização;
» excedentes populacionais: a população de algumas nações industrializadas começou a crescer demais e a não encontrar trabalho (especialmente no campo).
» desenvolvimento do espírito nacionalista: a rivalidade entre as nações estimulou o espírito nacionalista, o que obrigou os governos a se preocuparem com as demarcações de fronteiras, com a unificação de seus territórios.

A JUSTIFICATIVA DO IMPERIALISMO
As nações imperialistas procuraram justificar o imperialismo desenvolvendo doutrinas racistas, religiosas e técnico-científicas, nas quais propugnavam a superioridade européia:
» doutrina racista: o imperialismo disseminou a ideologia da superioridade racial do branco europeu, em relação ao africano.
» doutrina religiosa: a Igreja Católica afirmava que ela possuía a missão de salvar as almas dos infiéis convertendo-os ao cristianismo.
» doutrina da supremacia técnico-científica: os europeus consideravam-se superiores em relação aos demais povos, já que experimentavam um notável progresso científico.


A PARTILHA DA AFRICA
Em 1815, os ingleses compraram dos holandeses as colônias do Cabo e do Natal. A partir desse momento, o governo inglês adotou a política de introdução de imigrantes e de liberdade e proteção aos negros da região. Convém salientar que, em 1833, o governo inglês aboliu a escravidão nas suas colônias africanas.
A burguesia industrial inglesa tinha novos interesses em relação à Africa negra. Via ali a possibilidade de estabelecer colônias para o fornecimento de matéria-prima. Para isso, era necessário utilizar a mão de obra nativa.
Outros países europeus, entre eles a França, se preparavam para entrar no processo de colonização e exploração da África. Em 1830, os franceses invadiram e conquistaram a Argélia. Mais tarde, anexaram a Tunísia, a Africa Ocidental francesa, a África equatorial, a Somália e Madagascar.
A descoberta de diamantes na região de Orange, na década de sessenta do século XIX, levou à valorização capitalista do continente africano. Leopoldo II, rei da Bélgica, dominou a região do Congo, entre 1875 e 1885.
A partir de 1875, os ingleses compraram ações do canal de Suez, que liga o mar Vermelho ao Mediterrâneo. Por esse canal, chegariam até à índia e estabeleceriam a sua influência no Egito, trampolim para dominar o continente africano. Anexaram o Sudão, a Rodésia, a Costa do Ouro, a Nigéria, o Quênia e a Somália.
Nessa época, os alemães estavam em pleno período de unificação, mas pretendiam ingressar na partilha, conquistando a África Oriental. Em seguida, dominaram o Togo, a Tanganica, o Sudoeste africano e a região de Camarões.


A Inglaterra mantinha a supremacia da ocupação africana. Entre 1899 e 1902 os ingleses viram-se envolvidos numa guerra colonial, a Guerra dos Bõers.
Os Bõers, descendentes de holandeses, dominavam a região aurífera de Transvaal e de Orange. A Inglaterra, com a finalidade de explorar o ouro do sul da África, invadiu a região e impôs, após três anos de guerra, a sua dominação sobre os Bõers. Apesar disso, a guerra continuou e os Bõers conseguiram algumas vitórias, beneficiando-se com a ascensão de Gladstone ao poder, na Inglaterra, em 1881, que reconheceu oficialmente as repúblicas de Orange e do Transvaal.
Nos anos que se seguiram, verificou-se a corrida do ouro na África do Sul e grandes companhias mineradoras ali se instalaram. Advieram novos conflitos. Em 1902, foi definida a paz, pela qual as repúblicas de Orange e Transvaal perdiam a independência, dando origem, no ano de 1903, à República Sul-Africana.
Na partilha da África, houve a participação de outras nações europeias, como os países ibéricos, mas que atuaram de forma restrita. Portugal ficou com os territórios de Moçambique, Angola e Guiné. Para a Espanha, coube a região do Rio do Ouro, parte da Guiné e do Marrocos. Outra nação que também participou foi a Itália, que ficou com a Eritréia, a Líbia e a Somália.
O neocolonialismo europeu foi responsável pela destruição das estruturas tradicionais das sociedades africanas. Em meio século, as famílias, as aldeias e as tribos foram incorporadas pelos colonizadores.
Os europeus reorganizaram a economia dos povos africanos, que se tornou agroexportadora, de base monopolista. As indústrias, o comércio, as estradas de ferro e a rede portuária criados no continente africano, serviam para atender os interesses do capitalismo financeiro e monopolista, em sua Era Imperialista.




A PARTILHA DA ÁSIA
Desde o final do século XVIII, a Inglaterra explorava a índia, que era um país agrário, tendo o seu comércio restrito apenas ao litoral. Em meados do século XIX, a dominação econômica inglesa já estava consolidada, porém os cipaios (nativos que serviam no exército colonial) reagiram. Os cipaios foram reprimidos e a índia colocada sob a tutela do governo inglês, que reorganizou a administração e criou a autoridade suprema do vice-rei.
A burguesia inglesa começou a investir capitais na agricultura de plantations de algodão e juta, matéria-prima indispensável à indústria têxtil inglesa. Além disso, o vice-rei triplicou o exército colonial, o que facilitou a conquista de outras regiões como a Birmânia, o Ceilão, o Tibet e o Paquistão.
A burguesia comercial inglesa, desde o século XVIII, mantinha relações econômicas com a China. O principal porto que serviu a esse comércio era o de Cantão. No começo do século XIX, a Companhia das índias Orientais inglesa intensificou as atividades comerciais, adquirindo chá e vendendo ópio, derivado de uma planta cultivada na índia e na Birmânia.
Todavia, o governo chinês, desde 1730, havia proibido a utilização e venda desse produto.
O governo chinês empreendeu intensa repressão ao comércio do ópio, mandando, em 1839, destruir o carregamento inglês de 20 mil caixas desse produto, ainda no porto de Cantão. Os ingleses reagiram e foi declarada guerra à China, a Guerra do Ópio (1840-1842), que só terminou quando os chineses se viram obrigados a assinar o Tratado de Nanquim, em 1842. Por esse Tratado, os ingleses conseguiram a abertura.
Após a Guerra do Ópio, a China foi invadida pela França e pelo Japão, que também obtiveram a concessão de comercializar nos portos daquele país, estendida mais tarde à Rússia, Itália, Alemanha e Estados Unidos.
Enquanto os estrangeiros dominavam o país, os chineses começaram a reagir. Em 1900, a sociedade dos boxers, associação secreta nacionalista, começou a provocar atentados contra os estrangeiros. As nações europeias organizaram uma ação conjunta para reprimi-los. Desse confronto, em 1901, ocorreu a Guerra dos Boxers, quando este grupo foi massacrado e a China teve de reconhecer as concessões já feitas, além de pagar indenização aos inimigos.
No caso do Japão, em 1853, os norte-americanos enviaram uma esquadra para forçar a abertura dos portos japoneses aos seus produtos. O governo japonês viu-se obrigado a assinar o Tratado de Kanagawa, onde concordava com as exigências. Somente em 1867, essa situação se alterou. Teve início a Era Meiji, que levou o país a profundas transformações. No final do século XIX, as indústrias japonesas funcionavam plenamente e, na falta de matéria-prima e fontes energéticas, o Japão fez guerra contra a China. Em 1905, os japoneses guerrearam contra os russos, ocupando a Coréia, e contra os franceses, dominando a Indochina.

OS EFEITOS DO IMPERIALISMO
O avanço capitalista na Africa e na Asia quebrou definitivamente a auto-suficiência daqueles povos. Para os colonizadores, as colônias deveriam suprir a metrópole de matéria-prima necessária à industrialização.
A colônia devia absorver grande parte da produção excedente da metrópole desenvolvida. Para que os investimentos se tornassem lucrativos, era preciso criar a infraestrutura de exportação: estradas de ferro, pontes, portos. As nações capitalistas subordinaram as economias coloniais, o que deu origem ao subdesenvolvimento dos países colonizados.

       




  A Primeira Guerra Mundial
A Primeira Guerra Mundial durou de 1914 a 1918 e suas raízes encontram-se no final do século XIX, particularmente após 1870.

O CENÁRIO DA GUERRA
Na preparação da Primeira Guerra Mundial participaram as potências imperialistas, cujo objetivo era a repartição do mundo, a fim de garantir matéria-prima, mercado consumidor e mão de obra para sua produção industrial.
A Inglaterra dominava a maioria dos mercados mundiais, seguida pela Alemanha. O governo alemão, para consolidar os seus intentos imperialistas, projetou a construção de uma estrada de ferro ligando Berlim a Bagdá, para o transporte de petróleo do golfo Pérsico aos mercados ocidentais. A Inglaterra se opôs a esse projeto porque traria dificuldades para o comércio com suas colônias.
Enquanto isso, os nacionalistas franceses pregavam o revanchismo à Alemanha, com o intento de recuperarem os territórios perdidos de Alsácia-Lorena.
Finalmente, a França e a Alemanha disputavam um domínio do Marrocos, ao norte da África. Em 1911, a França anexou o Marrocos, porém, cedeu à Alemanha parte do Congo francês.
O equilíbrio em blocos
Desde 1886 a Alemanha liderava o bloco da Tríplice Aliança, composta pela Áustria e Itália. Por volta de 1904, a França reagiu ao isolamento e revidou, compondo com a Inglaterra outro bloco, a Entente Cordiale, interessadas em impedir a supremacia alemã. Alguns anos após, em 1907, França e Inglaterra uniram-se à Rússia, formando a Tríplice Entente.


A POLÍTICA ARMAMENTISTA NA DEFESA DA "PAZ ARMADA"
No começo do século XX, os países ricos da Europa, preocupados com o equilíbrio internacional, propugnavam pela paz. Mas, contraditoriamente, estimulavam a indústria de armamentos e recrutavam civis para aumentar os contingentes militares. O militarismo cresceu e a possibilidade de acordo para manter um equilíbrio entre as nações imperialistas se
tornava cada vez mais difícil. Dessa forma, os focos de tensão e a disputa pela supremacia conduziram os países europeus à corrida armamentista.
Ao mesmo tempo, eclodiu a chamada crise dos Bálcãs. Em 1906, o Império Áustro-Húngaro anexou dois Estados eslavos, a Bósnia e a Herzegovina, impedindo a possibilidade de formação da Grande Sérvia, com vistas a obter uma saída para o mar Mediterrâneo. Esse fato acentuou a rivalidade entre
Áustria-Hungria e a Sérvia.
No dia 28 de junho de 1914, o arquiduque Francisco Ferdinando, futuro governante do Império Austro-Húngaro, já próximo de assumir o trono, em visita a Sarajevo, capital da Bósnia, foi assassinado com sua esposa. A responsabilidade do assassinato coube ao estudante bósnio Gabriel Princip. Um mês depois, o Império Austro-Húngaro declarou guerra à Sérvia, que contou com o apoio da Rússia. 0 incidente de Sarajevo foi o estopim que desencadeou a Primeira Guerra Mundial.










OS PRIMEIROS INSTANTES DA PRIMEIRA GRANDE GUERRA
O desdobramento do conflito nos Bálcãs acabou envolvendo os países europeus, devido à política de alianças. A Itália, que pertencia à Tríplice Aliança, entrou na guerra ao lado da Entente, porque a Inglaterra havia-lhe prometido os territórios irredentos, que não conseguira conquistar da Áustria desde o período da unificação. O Japão, interessado nas possessões alemãs no Oriente, aderiu aos Aliados. Os acontecimentos iniciais da guerra, em 1914, foram:
» 28 de julho: a Áustria declara guerra à Sérvia;
» 29 de julho: em apoio à Sérvia, a Rússia mobiliza seus exércitos contra a Áustria e a Alemanha;
» 1º de agosto: a Alemanha declara guerra à Rússia e, posteriormente, à França;
» 04 de agosto: os exércitos alemães e austríacos invadem a Bélgica, com o objetivo de atacar o território francês;
» 05 de agosto: a Inglaterra declara guerra à Alemanha.

OS MOMENTOS DA GUERRA
Geralmente, costuma-se dividir a Primeira Grande Guerra em fases: Guerra de Movimentação, Guerra de Trincheiras e a Guerra de Movimentação (2ª fase).
      » Guerra de Movimentação dos exércitos: quando as forças em conflito apresentavam um certo equilíbrio. Nesta fase, a Inglaterra decretou o bloqueio naval à Alemanha e aos seus aliados. Enquanto isso, a França conseguia deter o avanço alemão sobre Paris, na Batalha do Marne.

» Guerra de Trincheiras: período entre 1915 e 1917, quando os países aliados tratavam de garantir as suas posições estratégicas. A indústria armamentista cresce e novos recursos
tecnológicos bélicos foram utilizados, como o avião e o submarino.
» Guerra de Movimentação (2ª fase): período entre 1917 e 1918. A partir de 1917, ocorreram alterações significativas na posição dos países aliados, que definiram o fim da guerra: a
Rússia retirou-se do conflito mundial, devido à Revolução Socialista que ocorreu no país; os Estados Unidos entraram no conflito, ao lado da Entente.
Com a saída da Rússia, a Alemanha e Império Austro-húngaro, puderam lançar toda a sua ofensiva contra a França. Reagindo a essa ameaça, os Aliados enviaram uma maciça ajuda militar aos franceses, o que levou ao recuo das tropas alemãs. Os Aliados ocuparam, então, a França e a Bélgica. Era o começo do fim da guerra.

Na Alemanha, a crise econômica propiciava as manifestações socialistas em Berlim. Em 1918, Guilherme II, rei da Alemanha, abdicou e foi proclamada, em 9 de novembro, a República de Weimar (que durou até 1933), liderada pelo partido Social-Democrata. O novo governo decidiu assinar o armistício de Compiègne, em 11 de novembro de 1918, pelo qual os alemães foram obrigados a desocupar o território ocidental europeu, a entregar o armamento bélico pesado, libertar os prisioneiros de guerra e pagar indenizações.


            O TRIUNFO DOS ALIADOS
No princípio de 1919, aconteceu a Conferência de Paris, onde as potências vencedoras se reuniram para impor pesadas penas aos derrotados. A conferência foi Liderada por Loyd George, representante inglês, Clemenceau, francês, e Woodrow Wilson, presidente dos Estados Unidos. Da conferência surgiu, no dia 28 de junho de 1919, o Tratado de Versalhes, que obrigava a Alemanha a:
» restituir a região de Alsácia e Lorena à França;
» ceder as regiões ocupadas á Bélgica, Dinamarca e Polônia;
» entregar as minas de carvão da região do Sartre à França;
» entregar as suas colônias aos países vencedores;
» desmilitarizar a região da Renânia, limítrofe entre a Bélgica e a França, cujo objetivo era evitar possíveis agressões. Os alemães deveriam entregar também a maioria dos navios bélicos à França, à Inglaterra e à Bélgica;
» indenizar os aliados da Entente, já que a Alemanha foi considerada a única responsável pela guerra;
» ceder uma faixa de terra à Polônia, o Corredor Polonês, que lhe permitiu acesso ao mar.

O povo alemão considerou injustas e humilhantes as condições impostas pelo Tratado de Versalhes, pois perdia 2/10 da população ativa, 1/6 das terras cultiváveis, 2/5 do carvão, 2/3 do ferro e 7/10 do zinco, gerando problemas econômicos sérios ao governo republicano de Weimar.
A Alemanha entrou em crise econômica, possibilitando o surgimento e ascensão do movimento nazista de extrema-direita, que defendeu o nacionalismo extremado, levado às últimas consequências, enquanto cresceu a indústria bélica. A Alemanha transformou-se num barril de pólvora.
Ainda durante a Conferência de Paris, o presidente dos Estados Unidos, Wilson, apresentou os Quatorze Pontos, cujo resultado foi a criação, em 1919, da Liga das Nações, com sede em Genebra, na Suíça, que tinha por finalidade a manutenção da Paz Mundial. Porém, essa liga fracassou, pois faltava-lhe poder coercitivo e também porque havia conflitos de interesses entre os países integrantes da Liga.
Mais tarde, os Estados Unidos saíram da Liga das Nações.
Logo após, as potências vencedoras assinaram os seguintes tratados:

» Saint-German, de 1919, que celebrou a independência da Hungria, Polônia, Tchecoslováquia e Iugoslávia.
» Neuilly, de 1919, que definiu o desmembramento dos territórios da Bulgária, em favor da Renânia, Iugoslávia e Grécia.
» Trianon, de 1919, que confirmou o desmembramento dos territórios da Hungria, em favor da Tchecoslováquia (que recebeu a Eslováquia), da Renânia (que ficou com a Transilvânia) e da Iugoslávia (que anexou a Croácia).
» Sèvres, de 1920, que reconheceu a independência da Armênia. A Mesopotâmia e a Palestina passaram à influência inglesa. A União Soviética, ignorada pelas potências ocidentais na execução dos tratados da Conferência de Paris, teve seus territórios invadidos pelos antigos aliados.

OS RESULTADOS DA PRIMEIRA GRANDE GUERRA
» A Europa perdeu 10 milhões de pessoas e ficou com 40 milhões de inválidos.
» Os campos destruídos afetaram a produção agrícola; portos e estradas arrasados prejudicaram o comércio e as cidades ficaram arruinadas.
» A ascensão dos Estados Unidos, como nação mais poderosa do mundo ocidental. O Império Britânico entrou em declínio econômico. Os impérios aristocráticos (Áustro-Húngaro, Alemão, Russo e Turco) desapareceram, e casas reais da Áustria e da Alemanha caíram.
» Aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho.
» 0 desemprego se acentuou nos países europeus.
» 0 liberalismo econômico foi abalado.
» Avanço das ideias socialistas.
» Avanço e fortalecimento do nacionalismo.






A Revolução Russa

O CONTEXTO DA REVOLUÇÃO
No princípio do século XX, o povo russo ainda era governado por um czar, Nicolau II, imperador com poderes ilimitados, cuja monarquia se pautava no direito divino dos reis, legitimado pela Igreja Ortodoxa.
A Rússia concentrava a maior população da Europa, aproximadamente 175 milhões de habitantes, sendo que 85% constituíam-se de trabalhadores rurais. O preço das terras era muito elevado e os camponeses não tinham condições de adquiri-las. As rotineiras e atrasadas técnicas agrícolas desencadeavam a fome e acentuavam as revoltas constantes.
A indústria russa nasceu dependente do capital estrangeiro. Aos poucos, iam sendo montadas as fábricas de metalurgia, mineração e tecelagem, favorecidas pela grande oferta de mão de obra, gerada pelo êxodo rural. A classe operária vivia e trabalhava em condições precárias, com jornada de trabalho de até quatorze horas diárias e sem nenhuma legislação trabalhista.
Os operários começam a reivindicar melhores condições de trabalho. Surgiu o Partido Operário Social Democrata (POSD), em 1898, cujos líderes, principalmente Lênin e Trotsky, incentivavam a classe operária.
Em 1903, durante um congresso do POSD, ocorreu a sua cisão em dois blocos distintos: Bolcheviques e Mencheviques.
» Os Bolcheviques, comandados por Lênin, defendiam a tomada do poder pelo proletariado, que, aliado aos camponeses, devia instalar o regime socialista de governo, por meio da ditadura do proletariado.
» Os Mencheviques eram favoráveis a uma aliança entre o proletariado e a burguesia, como forma de tomar o poder. Pregavam que a Rússia precisava primeiro se desenvolver economicamente, atingindo o capitalismo pleno, para, posteriormente, fazer a revolução.


O ENSAIO GERAL DOS SOCIALISTAS
Em 1904, a Rússia entrou em guerra com o Japão pela disputa de territórios na Manchúria e na Coréia, mas foi derrotada. A situação financeira do país agravou-se e as críticas à administração do governo aumentaram.
Em janeiro de 1905, o povo russo realizou uma grande concentração em frente do palácio do czar para reivindicar uma Constituição, eleições, redução da jornada de trabalho e aumento dos salários. As tropas do czar reagiram com violência e muitas pessoas foram mortas. Esse acontecimento ficou conhecido como Domingo Sangrento.
Protestos, greves e levantes militares explodiram em várias regiões, e o czar, pressionado, prometeu uma Constituição e criou a Duma, assembleia eleita pelo voto censitário.
As promessas acalmaram os ânimos da burguesia e dos Mencheviques, porém os Bolcheviques continuaram organizando os sovietes, assembleias de operários, soldados e camponeses, em várias regiões do país, e a ativar o movimento revolucionário.
Em 1907, Nicolau II voltou à sua posição autocrática, desarticulou os sovietes, mandou prender e deportar os líderes socialistas e controlou a Duma. Isso possibilitou o refreamento do movimento revolucionário.






O OCASO DO IMPÉRIO RUSSO
No mês de agosto de 1914, a Rússia entrou na Primeira Guerra Mundial, ao lado da Inglaterra e da França, interessada em incorporar os Balcãs, o Bósforo, o Dardarelos e Istambul. Todavia, o exército russo não estava devidamente preparado. Mal equipada e sem suprimentos, a grande maioria dos jovens combatentes morreu de fome e de frio. Tal situação permitiu que os aliados da tríplice Aliança, ocupassem vastas extensões do território russo.
A produção agrícola, com a destruição das plantações, diminuiu, os preços subiram e a fome se alastrou. Aumentava a tensão social.
Os Bolcheviques, reorganizados, incentivaram os motins populares e as deserções. As greves, os levantes das Forças Armadas, as lutas camponesas pela terra e a invasão do Palácio de Inverno pelos revolucionários, compunham o cenário perfeito à capitulação do imperador.



1917: O ANO DA REVOLUÇÃO
Em meados de fevereiro de 1917, a crise socio-económica era incontrolável. Os partidos e as associações operárias tentaram em vão organizar uma manifestação.
No dia 25 daquele mês, a greve generalizada parava a Rússia. O czar se viu obrigado a capitular em 2 de março. Seis dias depois, foi preso com a família.
Imediatamente, formou-se o governo provisório com elementos do grupo liberal burguês e dos Mencheviques, os quais se mantiveram no poder até outubro. Desse governo participou o líder menchevique Kerensky.
0 governo provisório manteve a Rússia na Guerra, alegando que as indenizações exigidas pelos alemães eram altas demais e que o pagamento exigiria grande sacrifício dos trabalhadores. Essa atitude revoltou o povo russo.

Outubro de 1917
Em outubro, o Partido Bolchevique (comunista), tomou o poder e instaurou um governo socialista presidido por Lênin. As grandes propriedades foram abolidas, as fábricas foram nacionalizadas e os operários assumiram a sua direção.
Imediatamente, o Conselho dos Comissários do Povo, presidido por Lênin, retirou a Rússia da guerra, assinando o Tratado de Brest Litóvski, em 1918, pelo qual perdeu boa parte de seu território, como a Letônia, Estônia, Lituânia, Polônia, Verânia e Finlândia.
Em seguida à implantação do regime socialista, a Rússia foi sacudida por uma guerra civil, entre 1918 e 1920. A burguesia russa levantou-se contra o novo regime. Foi apoiada pelas nações capitalistas europeias, interessadas em impedir a implantação do socialismo.
A guerra civil dos brancos (opositores) contra os vermelhos (comunistas) tomou conta do país. 0 governo viu-se obrigado a destinar todos os recursos para a defesa das fronteiras, confiscando a produção rural. Esse período ficou conhecido como Comunismo de Guerra, consistindo na nacionalização dos meios de produção, na requisição das colheitas, no trabalho obrigatório e na mobilização militar da população.
No ano de 1921, os brancos foram derrotados e estava afastada a ameaça externa. 0 país estava arruinado, o que levou Lênin a recuar no processo de socialização, adotando uma nova política econômica.







NASCE A UNIÃO DAS REPÚBLICAS SOCIALISTAS SOVIÉTICAS
Após a vitória do Exército Vermelho e a consolidação do Partido Comunista no poder, as potências capitalistas ocidentais trataram de isolar a Rússia, banindo-a das relações internacionais.
A partir de 1922, a Rússia passou a formar a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Inicialmente, a União Soviética era composta pelas repúblicas da Rússia, da Ucrânia, da Rússia Branca e da Tra nscaucásia. Posteriormente, as repúblicas do Uzbequistão e do Turcomenistão, em 1924, e do Tadjiquistão, em 1929, passaram a integrá-la. Após o término da Segunda Guerra Mundial, outros países passaram a fazer parte do bloco socialista, como a Finlândia, a Estônia, a Lituânia, a Iugoslávia, a Bulgária, a Albânia, a Polônia, a Alemanha Oriental, a Tchecoslováquia, a Hungria, a China, Cuba, Congo e Angola.

A Nova Política Econômica
Em 1921, Lênin adotou a Nova Política Econômica (NEP), procurando liberalizar a economia. O governo concedeu certas facilidades à iniciativa privada, porém reservou ao Estado todo o controle sobre a propriedade da terra, dos bancos, do comércio e da grande indústria. A NEP propiciou um rápido crescimento da U.R.S.S.
0 Partido Comunista instaurou a ditadura, baseada na existência de um partido único.

A ditadura stalinista
Com a morte de Lênin, em 1924, o poder foi disputado entre Trotsky e Stalin, mas este último foi o vitorioso. Stalin expulsou Trotsky do Partido Comunista, ordenando sua deportação do país, e governou a URSS até 1953. Concentrou em suas mãos todas as funções, em detrimento das liberdades individuais.
Como consequência do regime ditatorial, a polícia política - KGB - ocupava uma posição de destaque, agindo como principal elemento repressor. Essa época caracterizou-se pela perseguição e execução dos inimigos do governo.
Stalin aboliu a NEP e implantou os Planos Quinquenais, coordenados por uma Comissão Estatal para os Assuntos Econômicos, responsável pela economia planificada, que garantiu a estabilização e o crescimento da Rússia. A forma de atingir esses objetivos foi a nacionalização da indústria e do comércio. Essas medidas garantiram o progresso industrial, principalmente nas áreas do petróleo, eletrificação e maquinaria.