AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS E AS ORIGENS
DA "PAZ ARMADA"
No
final do século XIX, o desenvolvimento econômico da Europa Ocidental exercia
sobre o mundo uma influência preponderante.
A
concorrência entre os países gerava conflitos e, para resolvê-los, os governantes
apontavam para a política de equilíbrio internacional. Entre as grandes
potências, de 1871 a 1890, cada vez mais a Alemanha tornava-se proeminente e,
para impedir o desenvolvimento francês, fomentava a política de alianças entre
nações. A principal delas foi o Tratado da Tríplice Aliança, de 1886, um bloco
político que reuniu Alemanha, Áustria e Itália, e cujo fim maior era o
isolamento da França.
A
França revidou, fomentando o revanchismo, expressão da sua inconformidade com
as perdas da guerra franco-prussiana. Crescia cada vez mais a rivalidade
franco-alemã.
A
Itália, num primeiro momento, participou da aliança anti francesa, pois, em
1881, os franceses haviam anexado a Tunísia, na África, região cobiçada pelos
italianos. Porém, em 1896, a oposição entre italianos e franceses diminuiu,
resultando em acordos de comércio e amizade, e a Itália declarou-se neutra.
Esse fato significou o enfraquecimento da Tríplice Aliança.
Aos
poucos se formavam nacionalismos e imperialismos agressivos. Os países passaram a
empreender uma corrida armamentista, estimulando e intensificando a indústria
de guerra. Cada vez mais os governos aumentavam o contingente do exército
nacional, responsável pela defesa e ampliação das fronteiras. Em 1898, a
indústria alemã duplicou a frota de navios de guerra, evidenciando a sua
preocupação com o domínio dos mares.
Naquele
final de século se configurava a "Paz Armada".
A Era dos Impérios e o Neocolonialismo
No século XIX, ocorreu
significativa expansão dos Estados capitalistas europeus. Os governantes
engendraram a política de expansão econômica e territorial, sobretudo na
África e na Ásia.
O NE0C0L0NIALISM0
A partir de meados do século XIX,
as nações industrializadas da Europa iniciaram a corrida em busca de colônias na Africa e na Asia. Os fatores que motivaram o neocolonialismo
foram:
» busca de novos mercados consumidores, de matérias-primas e de mão-de-obra barata para
acelerar o processo de industrialização;
» excedentes populacionais: a população de algumas nações
industrializadas começou a crescer demais e a não encontrar trabalho
(especialmente no campo).
» desenvolvimento do espírito nacionalista: a rivalidade
entre as nações estimulou o espírito nacionalista, o que obrigou os governos a se preocuparem com as demarcações
de fronteiras, com a unificação de seus territórios.
A JUSTIFICATIVA DO IMPERIALISMO
As nações imperialistas
procuraram justificar o imperialismo desenvolvendo doutrinas racistas,
religiosas e técnico-científicas, nas quais propugnavam a superioridade européia:
» doutrina racista: o imperialismo disseminou a ideologia
da superioridade racial do branco europeu, em relação ao africano.
» doutrina religiosa: a Igreja Católica afirmava que ela
possuía a missão de salvar as almas dos infiéis convertendo-os ao cristianismo.
» doutrina da supremacia técnico-científica: os europeus consideravam-se superiores em relação aos demais povos, já que
experimentavam um notável progresso científico.
A PARTILHA DA AFRICA
Em
1815, os ingleses compraram dos holandeses as colônias do Cabo e do Natal. A
partir desse momento, o governo inglês adotou a política de introdução de
imigrantes e de liberdade e proteção aos negros da região. Convém salientar
que, em 1833, o governo inglês aboliu a escravidão nas suas colônias africanas.
A
burguesia industrial inglesa tinha novos interesses em relação à Africa negra. Via ali a possibilidade de estabelecer
colônias para o fornecimento de matéria-prima. Para isso, era necessário utilizar
a mão de obra nativa.
Outros
países europeus, entre eles a França, se preparavam para entrar no processo de colonização
e exploração da África. Em 1830, os franceses invadiram e conquistaram a
Argélia. Mais tarde, anexaram a Tunísia, a Africa
Ocidental francesa, a África equatorial, a Somália e Madagascar.
A
descoberta de diamantes na região de Orange, na década de sessenta do século
XIX, levou à valorização capitalista do continente africano. Leopoldo II, rei
da Bélgica, dominou a região do Congo, entre 1875 e 1885.
A
partir de 1875, os ingleses compraram ações do canal de Suez, que liga o mar
Vermelho ao Mediterrâneo. Por esse canal, chegariam até à índia e
estabeleceriam a sua influência no Egito, trampolim para dominar o continente
africano. Anexaram o Sudão, a Rodésia, a Costa do
Ouro, a Nigéria, o Quênia e a Somália.
Nessa
época, os alemães estavam em pleno período de unificação, mas pretendiam
ingressar na partilha, conquistando a África Oriental. Em seguida, dominaram o
Togo, a Tanganica, o Sudoeste africano e a região de Camarões.
A
Inglaterra mantinha a supremacia da ocupação africana. Entre 1899 e 1902 os
ingleses viram-se envolvidos numa guerra colonial, a Guerra dos Bõers.
Os
Bõers, descendentes de holandeses, dominavam a região aurífera
de Transvaal e de Orange. A Inglaterra, com a
finalidade de explorar o ouro do sul da África, invadiu a região e impôs, após
três anos de guerra, a sua dominação sobre os Bõers. Apesar disso, a guerra
continuou e os Bõers conseguiram algumas vitórias, beneficiando-se com a
ascensão de Gladstone ao poder, na Inglaterra, em 1881, que reconheceu
oficialmente as repúblicas de Orange e do Transvaal.
Nos
anos que se seguiram, verificou-se a corrida do ouro na África do Sul e grandes
companhias mineradoras ali se instalaram. Advieram novos
conflitos. Em 1902, foi definida a paz, pela qual as repúblicas de Orange e
Transvaal perdiam a independência, dando origem, no ano de 1903, à República
Sul-Africana.
Na
partilha da África, houve a participação de outras nações europeias, como os
países ibéricos, mas que atuaram de forma restrita. Portugal ficou com os
territórios de Moçambique, Angola e Guiné. Para a Espanha, coube a região do
Rio do Ouro, parte da Guiné e do Marrocos. Outra nação que também participou
foi a Itália, que ficou com a Eritréia, a Líbia e a Somália.
O
neocolonialismo europeu foi responsável pela destruição das estruturas
tradicionais das sociedades africanas. Em meio século, as famílias, as aldeias
e as tribos foram incorporadas pelos colonizadores.
Os
europeus reorganizaram a economia dos povos africanos, que se tornou
agroexportadora, de base monopolista. As indústrias, o comércio, as estradas de
ferro e a rede portuária criados no continente africano, serviam para atender
os interesses do capitalismo financeiro e monopolista, em sua Era Imperialista.
A PARTILHA DA ÁSIA
Desde
o final do século XVIII, a Inglaterra explorava a índia, que era um país
agrário, tendo o seu comércio restrito apenas ao litoral. Em meados do século
XIX, a dominação econômica inglesa já estava consolidada, porém os cipaios
(nativos que serviam no exército colonial) reagiram. Os cipaios foram
reprimidos e a índia colocada sob a tutela do governo inglês, que reorganizou a
administração e criou a autoridade suprema do vice-rei.
A
burguesia inglesa começou a investir capitais na agricultura de plantations de
algodão e juta, matéria-prima indispensável à indústria têxtil
inglesa. Além disso, o vice-rei triplicou o exército colonial, o que facilitou
a conquista de outras regiões como a Birmânia, o Ceilão,
o Tibet e o Paquistão.
A
burguesia comercial inglesa, desde o século XVIII, mantinha relações econômicas
com a China. O principal porto que serviu a esse comércio era o de Cantão. No começo do século XIX, a Companhia das índias
Orientais inglesa intensificou as atividades comerciais, adquirindo chá e
vendendo ópio, derivado de uma planta cultivada na índia e na Birmânia.
Todavia,
o governo chinês, desde 1730, havia proibido a utilização e venda desse
produto.
O
governo chinês empreendeu intensa repressão ao comércio do ópio, mandando, em
1839, destruir o carregamento inglês de 20 mil caixas desse produto, ainda no
porto de Cantão. Os ingleses reagiram e foi declarada guerra à
China, a Guerra do Ópio (1840-1842), que só terminou quando os chineses se
viram obrigados a assinar o Tratado de Nanquim, em 1842. Por
esse Tratado, os ingleses conseguiram a abertura.
Após
a Guerra do Ópio, a China foi invadida pela França e pelo Japão, que também
obtiveram a concessão de comercializar nos portos daquele país, estendida mais
tarde à Rússia, Itália, Alemanha e Estados Unidos.
Enquanto os estrangeiros
dominavam o país, os chineses começaram a reagir. Em 1900, a sociedade dos boxers,
associação secreta nacionalista, começou a provocar atentados contra os
estrangeiros. As nações europeias organizaram uma ação conjunta para reprimi-los. Desse
confronto, em 1901, ocorreu a Guerra dos Boxers, quando este grupo foi massacrado e a China
teve de reconhecer as concessões já feitas, além de pagar indenização aos inimigos.
No caso do Japão, em 1853, os
norte-americanos enviaram uma esquadra para forçar
a abertura dos portos japoneses aos seus produtos. O governo japonês viu-se obrigado a assinar o Tratado de
Kanagawa, onde concordava com as exigências. Somente em 1867, essa situação se alterou. Teve
início a Era Meiji, que levou o país a profundas transformações. No final do
século XIX, as indústrias japonesas funcionavam plenamente e, na falta de
matéria-prima e fontes energéticas, o Japão fez guerra contra a China. Em 1905, os japoneses guerrearam contra
os russos, ocupando a Coréia, e contra os franceses, dominando a Indochina.
OS EFEITOS DO IMPERIALISMO
O avanço capitalista na Africa e na Asia quebrou
definitivamente a auto-suficiência daqueles povos. Para os colonizadores, as colônias deveriam suprir a metrópole de matéria-prima necessária
à industrialização.
A colônia devia absorver grande parte da
produção excedente da metrópole desenvolvida. Para que os investimentos se
tornassem lucrativos, era preciso criar a infraestrutura de
exportação: estradas de ferro, pontes, portos. As nações capitalistas
subordinaram as economias coloniais, o que deu origem ao subdesenvolvimento dos
países colonizados.
A
Primeira Guerra Mundial
A
Primeira Guerra Mundial durou de 1914 a 1918 e suas raízes encontram-se no
final do século XIX, particularmente após 1870.
O CENÁRIO DA GUERRA
Na
preparação da Primeira Guerra Mundial participaram as potências imperialistas, cujo objetivo era a repartição do
mundo, a fim de garantir matéria-prima, mercado consumidor e mão de obra para
sua produção industrial.
A
Inglaterra dominava a maioria dos mercados mundiais, seguida pela Alemanha. O
governo alemão, para consolidar os seus intentos
imperialistas,
projetou a construção de uma estrada de ferro ligando Berlim a Bagdá, para o
transporte de petróleo do golfo Pérsico aos mercados ocidentais. A Inglaterra
se opôs a esse projeto porque traria dificuldades para o comércio com suas
colônias.
Enquanto
isso, os nacionalistas franceses pregavam o revanchismo à Alemanha, com o
intento de recuperarem os territórios perdidos de Alsácia-Lorena.
Finalmente,
a França e a Alemanha disputavam um domínio do Marrocos, ao norte da África. Em
1911, a França anexou o Marrocos, porém, cedeu à Alemanha parte do Congo francês.
O equilíbrio em blocos
Desde
1886 a Alemanha liderava o bloco da Tríplice Aliança, composta pela Áustria e
Itália. Por volta de 1904, a França reagiu ao isolamento e revidou, compondo
com a Inglaterra outro bloco, a Entente Cordiale, interessadas em
impedir a supremacia alemã. Alguns anos após, em 1907, França e Inglaterra
uniram-se à Rússia, formando a Tríplice Entente.
A POLÍTICA ARMAMENTISTA NA DEFESA DA
"PAZ ARMADA"
No
começo do século XX, os países ricos da Europa, preocupados com o equilíbrio
internacional, propugnavam pela paz. Mas, contraditoriamente,
estimulavam a indústria de armamentos e recrutavam civis para aumentar os
contingentes militares. O militarismo cresceu e a possibilidade de acordo para
manter um equilíbrio entre as nações imperialistas se
tornava cada vez mais difícil. Dessa forma, os focos de tensão e a disputa pela
supremacia conduziram os países europeus à corrida armamentista.
Ao
mesmo tempo, eclodiu a chamada crise dos Bálcãs. Em 1906, o Império
Áustro-Húngaro anexou dois Estados eslavos, a Bósnia
e a Herzegovina, impedindo a possibilidade de formação
da Grande Sérvia, com vistas a obter uma saída para o mar Mediterrâneo. Esse
fato acentuou a rivalidade entre
Áustria-Hungria e a Sérvia.
No
dia 28 de junho de 1914, o arquiduque Francisco Ferdinando, futuro governante do Império Austro-Húngaro,
já próximo de assumir o trono, em visita a Sarajevo, capital da Bósnia, foi assassinado com sua esposa. A responsabilidade
do assassinato coube ao estudante bósnio Gabriel Princip.
Um mês depois, o Império Austro-Húngaro declarou guerra à Sérvia, que contou
com o apoio da Rússia. 0 incidente de Sarajevo foi o estopim que desencadeou a
Primeira Guerra Mundial.
OS PRIMEIROS INSTANTES DA PRIMEIRA
GRANDE GUERRA
O
desdobramento do conflito nos Bálcãs acabou envolvendo os países europeus,
devido à política de alianças. A Itália, que pertencia à Tríplice Aliança,
entrou na guerra ao lado da Entente, porque a Inglaterra havia-lhe prometido os
territórios irredentos, que não conseguira conquistar da Áustria desde o
período da unificação. O Japão, interessado nas possessões alemãs no Oriente,
aderiu aos Aliados. Os acontecimentos iniciais da guerra, em 1914, foram:
»
28 de julho: a Áustria declara guerra à Sérvia;
»
29 de julho: em apoio à Sérvia, a Rússia mobiliza seus exércitos contra a
Áustria e a Alemanha;
»
1º de agosto: a Alemanha declara guerra à Rússia e, posteriormente, à França;
»
04 de agosto: os exércitos alemães e austríacos invadem a Bélgica, com o
objetivo de atacar o território francês;
»
05 de agosto: a Inglaterra declara guerra à Alemanha.
OS MOMENTOS DA GUERRA
Geralmente,
costuma-se dividir a Primeira Grande Guerra em fases: Guerra de Movimentação,
Guerra de Trincheiras e a Guerra de Movimentação (2ª fase).
» Guerra de Movimentação dos exércitos:
quando as forças em conflito apresentavam um certo equilíbrio. Nesta fase, a
Inglaterra decretou o bloqueio naval à Alemanha e aos seus aliados. Enquanto
isso, a França conseguia deter o avanço alemão sobre Paris, na Batalha do
Marne.
»
Guerra de Trincheiras: período entre 1915 e 1917, quando os países aliados
tratavam de garantir as suas posições estratégicas. A indústria armamentista
cresce e novos recursos
tecnológicos bélicos foram utilizados, como o avião e o submarino.
»
Guerra de Movimentação (2ª fase): período entre 1917 e 1918. A partir de 1917,
ocorreram alterações significativas na posição dos países aliados, que
definiram o fim da guerra: a
Rússia retirou-se do conflito mundial, devido à Revolução Socialista que
ocorreu no país; os Estados Unidos entraram no conflito, ao lado da Entente.
Com
a saída da Rússia, a Alemanha e Império Austro-húngaro, puderam lançar toda a
sua ofensiva contra a França. Reagindo a essa ameaça, os Aliados enviaram uma
maciça ajuda militar aos franceses, o que levou ao recuo das tropas alemãs. Os
Aliados ocuparam, então, a França e a Bélgica. Era o começo do fim da guerra.
Na
Alemanha, a crise econômica propiciava as manifestações socialistas em Berlim.
Em 1918, Guilherme II, rei da Alemanha, abdicou e foi proclamada, em 9 de
novembro, a República de Weimar (que durou até
1933), liderada pelo partido Social-Democrata. O novo governo decidiu assinar o
armistício de Compiègne, em 11 de novembro de 1918, pelo qual os alemães foram obrigados
a desocupar o território ocidental europeu, a entregar o armamento bélico
pesado, libertar os prisioneiros de guerra e pagar indenizações.
O TRIUNFO
DOS ALIADOS
No
princípio de 1919, aconteceu a Conferência de Paris, onde as potências
vencedoras se reuniram para impor pesadas penas aos derrotados. A conferência
foi Liderada por Loyd George, representante inglês, Clemenceau, francês, e Woodrow
Wilson, presidente dos Estados Unidos. Da conferência surgiu, no dia 28 de
junho de 1919, o Tratado de Versalhes, que obrigava a Alemanha a:
» restituir a região de Alsácia
e Lorena à França;
»
ceder as regiões ocupadas á Bélgica, Dinamarca e Polônia;
»
entregar as minas de carvão da região do Sartre à França;
»
entregar as suas colônias aos países vencedores;
»
desmilitarizar a região da Renânia, limítrofe entre
a Bélgica e a França, cujo objetivo era evitar possíveis agressões. Os alemães
deveriam entregar também a maioria dos navios bélicos à França, à Inglaterra e
à Bélgica;
»
indenizar os aliados da Entente, já que a Alemanha foi considerada a única
responsável pela guerra;
»
ceder uma faixa de terra à Polônia, o Corredor Polonês, que lhe permitiu acesso
ao mar.
O
povo alemão considerou injustas e humilhantes as condições impostas pelo Tratado
de Versalhes, pois perdia 2/10 da população ativa, 1/6 das terras cultiváveis, 2/5 do carvão, 2/3 do ferro e 7/10 do
zinco, gerando problemas econômicos sérios ao governo republicano de Weimar.
A
Alemanha entrou em crise econômica, possibilitando o surgimento e ascensão do
movimento nazista de extrema-direita, que
defendeu o nacionalismo extremado, levado às últimas consequências, enquanto cresceu a indústria bélica. A Alemanha transformou-se num
barril de pólvora.
Ainda durante a Conferência de
Paris, o presidente dos Estados Unidos, Wilson, apresentou os Quatorze Pontos, cujo resultado foi a
criação, em 1919, da Liga das Nações, com sede em Genebra, na Suíça, que tinha por
finalidade a manutenção da Paz Mundial. Porém, essa liga fracassou, pois faltava-lhe poder coercitivo e também porque
havia conflitos de interesses entre os países integrantes da Liga.
Mais tarde, os Estados Unidos
saíram da Liga das Nações.
Logo após, as potências
vencedoras assinaram os seguintes tratados:
»
Saint-German, de 1919, que celebrou a independência da Hungria, Polônia, Tchecoslováquia e Iugoslávia.
» Neuilly, de 1919, que definiu o desmembramento dos
territórios da Bulgária, em favor da Renânia, Iugoslávia e
Grécia.
» Trianon, de 1919, que confirmou o desmembramento dos
territórios da Hungria, em favor da Tchecoslováquia (que recebeu a
Eslováquia), da Renânia (que ficou com a
Transilvânia)
e da Iugoslávia (que anexou a Croácia).
»
Sèvres, de 1920, que reconheceu a independência da Armênia. A Mesopotâmia e a Palestina passaram à influência
inglesa. A União Soviética, ignorada pelas potências ocidentais na execução dos
tratados da Conferência de Paris, teve seus territórios invadidos pelos antigos
aliados.
OS RESULTADOS DA PRIMEIRA GRANDE GUERRA
»
A Europa perdeu 10 milhões de pessoas e ficou com 40 milhões de inválidos.
»
Os campos destruídos afetaram a produção agrícola; portos e estradas arrasados
prejudicaram o comércio e as cidades ficaram arruinadas.
»
A ascensão dos Estados Unidos, como nação mais poderosa do mundo ocidental. O
Império Britânico entrou em declínio econômico. Os impérios aristocráticos
(Áustro-Húngaro, Alemão, Russo e Turco) desapareceram, e casas reais da Áustria
e da Alemanha caíram.
»
Aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho.
»
0 desemprego se acentuou nos países europeus.
»
0 liberalismo econômico foi abalado.
»
Avanço das ideias socialistas.
»
Avanço e fortalecimento do nacionalismo.
A Revolução Russa
O CONTEXTO DA REVOLUÇÃO
No
princípio do século XX, o povo russo ainda era governado por um czar, Nicolau
II, imperador com poderes ilimitados, cuja monarquia se pautava no direito
divino dos reis, legitimado pela Igreja Ortodoxa.
A
Rússia concentrava a maior população da Europa, aproximadamente 175 milhões de
habitantes, sendo que 85% constituíam-se de trabalhadores rurais. O preço das
terras era muito elevado e os camponeses não tinham condições de adquiri-las.
As rotineiras e atrasadas técnicas agrícolas desencadeavam a fome e acentuavam
as revoltas constantes.
A
indústria russa nasceu dependente do capital estrangeiro. Aos poucos, iam sendo
montadas as fábricas de metalurgia, mineração e tecelagem, favorecidas pela
grande oferta de mão de obra, gerada pelo êxodo rural. A classe operária vivia
e trabalhava em condições precárias, com jornada de trabalho de até quatorze
horas diárias e sem nenhuma legislação trabalhista.
Os
operários começam a reivindicar melhores condições de trabalho. Surgiu o
Partido Operário Social Democrata (POSD), em 1898, cujos líderes,
principalmente Lênin e Trotsky, incentivavam a classe operária.
Em
1903, durante um congresso do POSD, ocorreu a sua cisão em dois blocos
distintos: Bolcheviques e Mencheviques.
»
Os Bolcheviques, comandados por Lênin, defendiam a tomada do poder pelo
proletariado, que, aliado aos camponeses, devia instalar o regime socialista de
governo, por meio da ditadura do proletariado.
»
Os Mencheviques eram favoráveis a uma aliança entre o proletariado e a
burguesia, como forma de tomar o poder. Pregavam que a Rússia precisava
primeiro se desenvolver economicamente, atingindo o capitalismo pleno, para,
posteriormente, fazer a revolução.
O ENSAIO GERAL DOS SOCIALISTAS
Em
1904, a Rússia entrou em guerra com o Japão pela disputa de territórios na
Manchúria e na Coréia, mas foi derrotada. A situação financeira do país
agravou-se e as críticas à administração do governo aumentaram.
Em
janeiro de 1905, o povo russo realizou uma grande concentração em frente do
palácio do czar para reivindicar uma Constituição, eleições, redução da jornada
de trabalho e aumento dos salários. As tropas do czar reagiram com violência e
muitas pessoas foram mortas. Esse acontecimento ficou conhecido como Domingo
Sangrento.
Protestos,
greves e levantes militares explodiram em várias regiões, e o czar,
pressionado, prometeu uma Constituição e criou a Duma, assembleia eleita pelo
voto censitário.
As
promessas acalmaram os ânimos da burguesia e dos Mencheviques, porém os
Bolcheviques continuaram organizando os sovietes, assembleias de operários,
soldados e camponeses, em várias regiões do país, e a ativar o movimento
revolucionário.
Em
1907, Nicolau II voltou à sua posição autocrática, desarticulou os sovietes,
mandou prender e deportar os líderes socialistas e controlou a Duma. Isso
possibilitou o refreamento do movimento revolucionário.
O OCASO DO IMPÉRIO RUSSO
No
mês de agosto de 1914, a Rússia entrou na Primeira Guerra Mundial, ao lado da
Inglaterra e da França, interessada em incorporar os Balcãs, o Bósforo, o
Dardarelos e Istambul. Todavia, o exército russo não estava devidamente
preparado. Mal equipada e sem suprimentos, a grande maioria dos jovens combatentes
morreu de fome e de frio. Tal situação permitiu que os aliados da tríplice
Aliança, ocupassem vastas extensões do território russo.
A
produção agrícola, com a destruição das plantações, diminuiu, os preços subiram
e a fome se alastrou. Aumentava a tensão social.
Os
Bolcheviques, reorganizados, incentivaram os motins populares e as deserções.
As greves, os levantes das Forças Armadas, as lutas camponesas pela terra e a
invasão do Palácio de Inverno pelos revolucionários, compunham o cenário
perfeito à capitulação do imperador.
1917: O ANO DA REVOLUÇÃO
Em
meados de fevereiro de 1917, a crise socio-económica era incontrolável. Os
partidos e as associações operárias tentaram em vão organizar uma manifestação.
No
dia 25 daquele mês, a greve generalizada parava a Rússia. O czar se viu
obrigado a capitular em 2 de março. Seis dias depois, foi preso com a família.
Imediatamente,
formou-se o governo provisório com elementos do grupo liberal burguês e dos
Mencheviques, os quais se mantiveram no poder até outubro. Desse governo
participou o líder menchevique Kerensky.
0
governo provisório manteve a Rússia na Guerra, alegando que as indenizações
exigidas pelos alemães eram altas demais e que o pagamento exigiria grande
sacrifício dos trabalhadores. Essa atitude revoltou o povo russo.
Outubro de 1917
Em
outubro, o Partido Bolchevique (comunista), tomou o poder e instaurou um
governo socialista presidido por Lênin. As grandes propriedades foram abolidas,
as fábricas foram nacionalizadas e os operários assumiram a sua direção.
Imediatamente,
o Conselho dos Comissários do Povo, presidido por Lênin, retirou a Rússia da guerra,
assinando o Tratado de Brest Litóvski, em 1918, pelo qual perdeu boa parte de
seu território, como a Letônia, Estônia, Lituânia, Polônia, Verânia e
Finlândia.
Em
seguida à implantação do regime socialista, a Rússia foi sacudida por uma
guerra civil, entre 1918 e 1920. A burguesia russa levantou-se contra o novo
regime. Foi apoiada pelas nações capitalistas europeias, interessadas em
impedir a implantação do socialismo.
A
guerra civil dos brancos (opositores) contra os vermelhos (comunistas) tomou
conta do país. 0 governo viu-se obrigado a destinar todos os recursos para a
defesa das fronteiras, confiscando a produção rural. Esse período ficou
conhecido como Comunismo de Guerra, consistindo na nacionalização dos meios de
produção, na requisição das colheitas, no trabalho obrigatório e na mobilização
militar da população.
No
ano de 1921, os brancos foram derrotados e estava afastada a ameaça externa. 0
país estava arruinado, o que levou Lênin a recuar no processo de socialização,
adotando uma nova política econômica.
NASCE A UNIÃO DAS REPÚBLICAS SOCIALISTAS SOVIÉTICAS
Após
a vitória do Exército Vermelho e a consolidação do Partido Comunista no poder,
as potências capitalistas ocidentais trataram de isolar a Rússia, banindo-a das
relações internacionais.
A
partir de 1922, a Rússia passou a formar a União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS).
Inicialmente,
a União Soviética era composta pelas repúblicas da Rússia, da Ucrânia, da
Rússia Branca e da Tra nscaucásia. Posteriormente, as repúblicas do Uzbequistão
e do Turcomenistão, em 1924, e do Tadjiquistão, em 1929, passaram a integrá-la.
Após o término da Segunda Guerra Mundial, outros países passaram a fazer parte
do bloco socialista, como a Finlândia, a Estônia, a Lituânia, a Iugoslávia, a
Bulgária, a Albânia, a Polônia, a Alemanha Oriental, a Tchecoslováquia, a
Hungria, a China, Cuba, Congo e Angola.
A Nova Política Econômica
Em
1921, Lênin adotou a Nova Política Econômica (NEP), procurando liberalizar a
economia. O governo concedeu certas facilidades à iniciativa privada, porém
reservou ao Estado todo o controle sobre a propriedade da terra, dos bancos, do
comércio e da grande indústria. A NEP propiciou um rápido crescimento da
U.R.S.S.
0
Partido Comunista instaurou a ditadura, baseada na existência de um partido
único.
A ditadura stalinista
Com
a morte de Lênin, em 1924, o poder foi disputado entre Trotsky e Stalin, mas
este último foi o vitorioso. Stalin expulsou Trotsky do Partido Comunista,
ordenando sua deportação do país, e governou a URSS até 1953. Concentrou em
suas mãos todas as funções, em detrimento das liberdades individuais.
Como
consequência do regime ditatorial, a polícia política - KGB - ocupava uma
posição de destaque, agindo como principal elemento repressor. Essa época
caracterizou-se pela perseguição e execução dos inimigos do governo.
Stalin
aboliu a NEP e implantou os Planos Quinquenais, coordenados por uma Comissão
Estatal para os Assuntos Econômicos, responsável pela economia planificada, que
garantiu a estabilização e o crescimento da Rússia. A forma de atingir esses
objetivos foi a nacionalização da indústria e do comércio. Essas medidas
garantiram o progresso industrial, principalmente nas áreas do petróleo,
eletrificação e maquinaria.
AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS E AS ORIGENS
DA "PAZ ARMADA"
No
final do século XIX, o desenvolvimento econômico da Europa Ocidental exercia
sobre o mundo uma influência preponderante.
A
concorrência entre os países gerava conflitos e, para resolvê-los, os governantes
apontavam para a política de equilíbrio internacional. Entre as grandes
potências, de 1871 a 1890, cada vez mais a Alemanha tornava-se proeminente e,
para impedir o desenvolvimento francês, fomentava a política de alianças entre
nações. A principal delas foi o Tratado da Tríplice Aliança, de 1886, um bloco
político que reuniu Alemanha, Áustria e Itália, e cujo fim maior era o
isolamento da França.
A
França revidou, fomentando o revanchismo, expressão da sua inconformidade com
as perdas da guerra franco-prussiana. Crescia cada vez mais a rivalidade
franco-alemã.
A
Itália, num primeiro momento, participou da aliança anti francesa, pois, em
1881, os franceses haviam anexado a Tunísia, na África, região cobiçada pelos
italianos. Porém, em 1896, a oposição entre italianos e franceses diminuiu,
resultando em acordos de comércio e amizade, e a Itália declarou-se neutra.
Esse fato significou o enfraquecimento da Tríplice Aliança.
Aos
poucos se formavam nacionalismos e imperialismos agressivos. Os países passaram a
empreender uma corrida armamentista, estimulando e intensificando a indústria
de guerra. Cada vez mais os governos aumentavam o contingente do exército
nacional, responsável pela defesa e ampliação das fronteiras. Em 1898, a
indústria alemã duplicou a frota de navios de guerra, evidenciando a sua
preocupação com o domínio dos mares.
Naquele
final de século se configurava a "Paz Armada".
A Era dos Impérios e o Neocolonialismo
No século XIX, ocorreu
significativa expansão dos Estados capitalistas europeus. Os governantes
engendraram a política de expansão econômica e territorial, sobretudo na
África e na Ásia.
O NE0C0L0NIALISM0
A partir de meados do século XIX,
as nações industrializadas da Europa iniciaram a corrida em busca de colônias na Africa e na Asia. Os fatores que motivaram o neocolonialismo
foram:
» busca de novos mercados consumidores, de matérias-primas e de mão-de-obra barata para
acelerar o processo de industrialização;
» excedentes populacionais: a população de algumas nações
industrializadas começou a crescer demais e a não encontrar trabalho
(especialmente no campo).
» desenvolvimento do espírito nacionalista: a rivalidade
entre as nações estimulou o espírito nacionalista, o que obrigou os governos a se preocuparem com as demarcações
de fronteiras, com a unificação de seus territórios.
A JUSTIFICATIVA DO IMPERIALISMO
As nações imperialistas
procuraram justificar o imperialismo desenvolvendo doutrinas racistas,
religiosas e técnico-científicas, nas quais propugnavam a superioridade européia:
» doutrina racista: o imperialismo disseminou a ideologia
da superioridade racial do branco europeu, em relação ao africano.
» doutrina religiosa: a Igreja Católica afirmava que ela
possuía a missão de salvar as almas dos infiéis convertendo-os ao cristianismo.
» doutrina da supremacia técnico-científica: os europeus consideravam-se superiores em relação aos demais povos, já que
experimentavam um notável progresso científico.
A PARTILHA DA AFRICA
Em
1815, os ingleses compraram dos holandeses as colônias do Cabo e do Natal. A
partir desse momento, o governo inglês adotou a política de introdução de
imigrantes e de liberdade e proteção aos negros da região. Convém salientar
que, em 1833, o governo inglês aboliu a escravidão nas suas colônias africanas.
A
burguesia industrial inglesa tinha novos interesses em relação à Africa negra. Via ali a possibilidade de estabelecer
colônias para o fornecimento de matéria-prima. Para isso, era necessário utilizar
a mão de obra nativa.
Outros
países europeus, entre eles a França, se preparavam para entrar no processo de colonização
e exploração da África. Em 1830, os franceses invadiram e conquistaram a
Argélia. Mais tarde, anexaram a Tunísia, a Africa
Ocidental francesa, a África equatorial, a Somália e Madagascar.
A
descoberta de diamantes na região de Orange, na década de sessenta do século
XIX, levou à valorização capitalista do continente africano. Leopoldo II, rei
da Bélgica, dominou a região do Congo, entre 1875 e 1885.
A
partir de 1875, os ingleses compraram ações do canal de Suez, que liga o mar
Vermelho ao Mediterrâneo. Por esse canal, chegariam até à índia e
estabeleceriam a sua influência no Egito, trampolim para dominar o continente
africano. Anexaram o Sudão, a Rodésia, a Costa do
Ouro, a Nigéria, o Quênia e a Somália.
Nessa
época, os alemães estavam em pleno período de unificação, mas pretendiam
ingressar na partilha, conquistando a África Oriental. Em seguida, dominaram o
Togo, a Tanganica, o Sudoeste africano e a região de Camarões.
A
Inglaterra mantinha a supremacia da ocupação africana. Entre 1899 e 1902 os
ingleses viram-se envolvidos numa guerra colonial, a Guerra dos Bõers.
Os
Bõers, descendentes de holandeses, dominavam a região aurífera
de Transvaal e de Orange. A Inglaterra, com a
finalidade de explorar o ouro do sul da África, invadiu a região e impôs, após
três anos de guerra, a sua dominação sobre os Bõers. Apesar disso, a guerra
continuou e os Bõers conseguiram algumas vitórias, beneficiando-se com a
ascensão de Gladstone ao poder, na Inglaterra, em 1881, que reconheceu
oficialmente as repúblicas de Orange e do Transvaal.
Nos
anos que se seguiram, verificou-se a corrida do ouro na África do Sul e grandes
companhias mineradoras ali se instalaram. Advieram novos
conflitos. Em 1902, foi definida a paz, pela qual as repúblicas de Orange e
Transvaal perdiam a independência, dando origem, no ano de 1903, à República
Sul-Africana.
Na
partilha da África, houve a participação de outras nações europeias, como os
países ibéricos, mas que atuaram de forma restrita. Portugal ficou com os
territórios de Moçambique, Angola e Guiné. Para a Espanha, coube a região do
Rio do Ouro, parte da Guiné e do Marrocos. Outra nação que também participou
foi a Itália, que ficou com a Eritréia, a Líbia e a Somália.
O
neocolonialismo europeu foi responsável pela destruição das estruturas
tradicionais das sociedades africanas. Em meio século, as famílias, as aldeias
e as tribos foram incorporadas pelos colonizadores.
Os
europeus reorganizaram a economia dos povos africanos, que se tornou
agroexportadora, de base monopolista. As indústrias, o comércio, as estradas de
ferro e a rede portuária criados no continente africano, serviam para atender
os interesses do capitalismo financeiro e monopolista, em sua Era Imperialista.
A PARTILHA DA ÁSIA
Desde
o final do século XVIII, a Inglaterra explorava a índia, que era um país
agrário, tendo o seu comércio restrito apenas ao litoral. Em meados do século
XIX, a dominação econômica inglesa já estava consolidada, porém os cipaios
(nativos que serviam no exército colonial) reagiram. Os cipaios foram
reprimidos e a índia colocada sob a tutela do governo inglês, que reorganizou a
administração e criou a autoridade suprema do vice-rei.
A
burguesia inglesa começou a investir capitais na agricultura de plantations de
algodão e juta, matéria-prima indispensável à indústria têxtil
inglesa. Além disso, o vice-rei triplicou o exército colonial, o que facilitou
a conquista de outras regiões como a Birmânia, o Ceilão,
o Tibet e o Paquistão.
A
burguesia comercial inglesa, desde o século XVIII, mantinha relações econômicas
com a China. O principal porto que serviu a esse comércio era o de Cantão. No começo do século XIX, a Companhia das índias
Orientais inglesa intensificou as atividades comerciais, adquirindo chá e
vendendo ópio, derivado de uma planta cultivada na índia e na Birmânia.
Todavia,
o governo chinês, desde 1730, havia proibido a utilização e venda desse
produto.
O
governo chinês empreendeu intensa repressão ao comércio do ópio, mandando, em
1839, destruir o carregamento inglês de 20 mil caixas desse produto, ainda no
porto de Cantão. Os ingleses reagiram e foi declarada guerra à
China, a Guerra do Ópio (1840-1842), que só terminou quando os chineses se
viram obrigados a assinar o Tratado de Nanquim, em 1842. Por
esse Tratado, os ingleses conseguiram a abertura.
Após
a Guerra do Ópio, a China foi invadida pela França e pelo Japão, que também
obtiveram a concessão de comercializar nos portos daquele país, estendida mais
tarde à Rússia, Itália, Alemanha e Estados Unidos.
Enquanto os estrangeiros
dominavam o país, os chineses começaram a reagir. Em 1900, a sociedade dos boxers,
associação secreta nacionalista, começou a provocar atentados contra os
estrangeiros. As nações europeias organizaram uma ação conjunta para reprimi-los. Desse
confronto, em 1901, ocorreu a Guerra dos Boxers, quando este grupo foi massacrado e a China
teve de reconhecer as concessões já feitas, além de pagar indenização aos inimigos.
No caso do Japão, em 1853, os
norte-americanos enviaram uma esquadra para forçar
a abertura dos portos japoneses aos seus produtos. O governo japonês viu-se obrigado a assinar o Tratado de
Kanagawa, onde concordava com as exigências. Somente em 1867, essa situação se alterou. Teve
início a Era Meiji, que levou o país a profundas transformações. No final do
século XIX, as indústrias japonesas funcionavam plenamente e, na falta de
matéria-prima e fontes energéticas, o Japão fez guerra contra a China. Em 1905, os japoneses guerrearam contra
os russos, ocupando a Coréia, e contra os franceses, dominando a Indochina.
OS EFEITOS DO IMPERIALISMO
O avanço capitalista na Africa e na Asia quebrou
definitivamente a auto-suficiência daqueles povos. Para os colonizadores, as colônias deveriam suprir a metrópole de matéria-prima necessária
à industrialização.
A colônia devia absorver grande parte da
produção excedente da metrópole desenvolvida. Para que os investimentos se
tornassem lucrativos, era preciso criar a infraestrutura de
exportação: estradas de ferro, pontes, portos. As nações capitalistas
subordinaram as economias coloniais, o que deu origem ao subdesenvolvimento dos
países colonizados.
A
Primeira Guerra Mundial
A
Primeira Guerra Mundial durou de 1914 a 1918 e suas raízes encontram-se no
final do século XIX, particularmente após 1870.
O CENÁRIO DA GUERRA
Na
preparação da Primeira Guerra Mundial participaram as potências imperialistas, cujo objetivo era a repartição do
mundo, a fim de garantir matéria-prima, mercado consumidor e mão de obra para
sua produção industrial.
A
Inglaterra dominava a maioria dos mercados mundiais, seguida pela Alemanha. O
governo alemão, para consolidar os seus intentos
imperialistas,
projetou a construção de uma estrada de ferro ligando Berlim a Bagdá, para o
transporte de petróleo do golfo Pérsico aos mercados ocidentais. A Inglaterra
se opôs a esse projeto porque traria dificuldades para o comércio com suas
colônias.
Enquanto
isso, os nacionalistas franceses pregavam o revanchismo à Alemanha, com o
intento de recuperarem os territórios perdidos de Alsácia-Lorena.
Finalmente,
a França e a Alemanha disputavam um domínio do Marrocos, ao norte da África. Em
1911, a França anexou o Marrocos, porém, cedeu à Alemanha parte do Congo francês.
O equilíbrio em blocos
Desde
1886 a Alemanha liderava o bloco da Tríplice Aliança, composta pela Áustria e
Itália. Por volta de 1904, a França reagiu ao isolamento e revidou, compondo
com a Inglaterra outro bloco, a Entente Cordiale, interessadas em
impedir a supremacia alemã. Alguns anos após, em 1907, França e Inglaterra
uniram-se à Rússia, formando a Tríplice Entente.
A POLÍTICA ARMAMENTISTA NA DEFESA DA
"PAZ ARMADA"
No
começo do século XX, os países ricos da Europa, preocupados com o equilíbrio
internacional, propugnavam pela paz. Mas, contraditoriamente,
estimulavam a indústria de armamentos e recrutavam civis para aumentar os
contingentes militares. O militarismo cresceu e a possibilidade de acordo para
manter um equilíbrio entre as nações imperialistas se
tornava cada vez mais difícil. Dessa forma, os focos de tensão e a disputa pela
supremacia conduziram os países europeus à corrida armamentista.
Ao
mesmo tempo, eclodiu a chamada crise dos Bálcãs. Em 1906, o Império
Áustro-Húngaro anexou dois Estados eslavos, a Bósnia
e a Herzegovina, impedindo a possibilidade de formação
da Grande Sérvia, com vistas a obter uma saída para o mar Mediterrâneo. Esse
fato acentuou a rivalidade entre
Áustria-Hungria e a Sérvia.
No
dia 28 de junho de 1914, o arquiduque Francisco Ferdinando, futuro governante do Império Austro-Húngaro,
já próximo de assumir o trono, em visita a Sarajevo, capital da Bósnia, foi assassinado com sua esposa. A responsabilidade
do assassinato coube ao estudante bósnio Gabriel Princip.
Um mês depois, o Império Austro-Húngaro declarou guerra à Sérvia, que contou
com o apoio da Rússia. 0 incidente de Sarajevo foi o estopim que desencadeou a
Primeira Guerra Mundial.
OS PRIMEIROS INSTANTES DA PRIMEIRA
GRANDE GUERRA
O
desdobramento do conflito nos Bálcãs acabou envolvendo os países europeus,
devido à política de alianças. A Itália, que pertencia à Tríplice Aliança,
entrou na guerra ao lado da Entente, porque a Inglaterra havia-lhe prometido os
territórios irredentos, que não conseguira conquistar da Áustria desde o
período da unificação. O Japão, interessado nas possessões alemãs no Oriente,
aderiu aos Aliados. Os acontecimentos iniciais da guerra, em 1914, foram:
»
28 de julho: a Áustria declara guerra à Sérvia;
»
29 de julho: em apoio à Sérvia, a Rússia mobiliza seus exércitos contra a
Áustria e a Alemanha;
»
1º de agosto: a Alemanha declara guerra à Rússia e, posteriormente, à França;
»
04 de agosto: os exércitos alemães e austríacos invadem a Bélgica, com o
objetivo de atacar o território francês;
»
05 de agosto: a Inglaterra declara guerra à Alemanha.
OS MOMENTOS DA GUERRA
Geralmente,
costuma-se dividir a Primeira Grande Guerra em fases: Guerra de Movimentação,
Guerra de Trincheiras e a Guerra de Movimentação (2ª fase).
» Guerra de Movimentação dos exércitos:
quando as forças em conflito apresentavam um certo equilíbrio. Nesta fase, a
Inglaterra decretou o bloqueio naval à Alemanha e aos seus aliados. Enquanto
isso, a França conseguia deter o avanço alemão sobre Paris, na Batalha do
Marne.
»
Guerra de Trincheiras: período entre 1915 e 1917, quando os países aliados
tratavam de garantir as suas posições estratégicas. A indústria armamentista
cresce e novos recursos
tecnológicos bélicos foram utilizados, como o avião e o submarino.
»
Guerra de Movimentação (2ª fase): período entre 1917 e 1918. A partir de 1917,
ocorreram alterações significativas na posição dos países aliados, que
definiram o fim da guerra: a
Rússia retirou-se do conflito mundial, devido à Revolução Socialista que
ocorreu no país; os Estados Unidos entraram no conflito, ao lado da Entente.
Com
a saída da Rússia, a Alemanha e Império Austro-húngaro, puderam lançar toda a
sua ofensiva contra a França. Reagindo a essa ameaça, os Aliados enviaram uma
maciça ajuda militar aos franceses, o que levou ao recuo das tropas alemãs. Os
Aliados ocuparam, então, a França e a Bélgica. Era o começo do fim da guerra.
Na
Alemanha, a crise econômica propiciava as manifestações socialistas em Berlim.
Em 1918, Guilherme II, rei da Alemanha, abdicou e foi proclamada, em 9 de
novembro, a República de Weimar (que durou até
1933), liderada pelo partido Social-Democrata. O novo governo decidiu assinar o
armistício de Compiègne, em 11 de novembro de 1918, pelo qual os alemães foram obrigados
a desocupar o território ocidental europeu, a entregar o armamento bélico
pesado, libertar os prisioneiros de guerra e pagar indenizações.
O TRIUNFO
DOS ALIADOS
No
princípio de 1919, aconteceu a Conferência de Paris, onde as potências
vencedoras se reuniram para impor pesadas penas aos derrotados. A conferência
foi Liderada por Loyd George, representante inglês, Clemenceau, francês, e Woodrow
Wilson, presidente dos Estados Unidos. Da conferência surgiu, no dia 28 de
junho de 1919, o Tratado de Versalhes, que obrigava a Alemanha a:
» restituir a região de Alsácia
e Lorena à França;
»
ceder as regiões ocupadas á Bélgica, Dinamarca e Polônia;
»
entregar as minas de carvão da região do Sartre à França;
»
entregar as suas colônias aos países vencedores;
»
desmilitarizar a região da Renânia, limítrofe entre
a Bélgica e a França, cujo objetivo era evitar possíveis agressões. Os alemães
deveriam entregar também a maioria dos navios bélicos à França, à Inglaterra e
à Bélgica;
»
indenizar os aliados da Entente, já que a Alemanha foi considerada a única
responsável pela guerra;
»
ceder uma faixa de terra à Polônia, o Corredor Polonês, que lhe permitiu acesso
ao mar.
O
povo alemão considerou injustas e humilhantes as condições impostas pelo Tratado
de Versalhes, pois perdia 2/10 da população ativa, 1/6 das terras cultiváveis, 2/5 do carvão, 2/3 do ferro e 7/10 do
zinco, gerando problemas econômicos sérios ao governo republicano de Weimar.
A
Alemanha entrou em crise econômica, possibilitando o surgimento e ascensão do
movimento nazista de extrema-direita, que
defendeu o nacionalismo extremado, levado às últimas consequências, enquanto cresceu a indústria bélica. A Alemanha transformou-se num
barril de pólvora.
Ainda durante a Conferência de
Paris, o presidente dos Estados Unidos, Wilson, apresentou os Quatorze Pontos, cujo resultado foi a
criação, em 1919, da Liga das Nações, com sede em Genebra, na Suíça, que tinha por
finalidade a manutenção da Paz Mundial. Porém, essa liga fracassou, pois faltava-lhe poder coercitivo e também porque
havia conflitos de interesses entre os países integrantes da Liga.
Mais tarde, os Estados Unidos
saíram da Liga das Nações.
Logo após, as potências
vencedoras assinaram os seguintes tratados:
»
Saint-German, de 1919, que celebrou a independência da Hungria, Polônia, Tchecoslováquia e Iugoslávia.
» Neuilly, de 1919, que definiu o desmembramento dos
territórios da Bulgária, em favor da Renânia, Iugoslávia e
Grécia.
» Trianon, de 1919, que confirmou o desmembramento dos
territórios da Hungria, em favor da Tchecoslováquia (que recebeu a
Eslováquia), da Renânia (que ficou com a
Transilvânia)
e da Iugoslávia (que anexou a Croácia).
»
Sèvres, de 1920, que reconheceu a independência da Armênia. A Mesopotâmia e a Palestina passaram à influência
inglesa. A União Soviética, ignorada pelas potências ocidentais na execução dos
tratados da Conferência de Paris, teve seus territórios invadidos pelos antigos
aliados.
OS RESULTADOS DA PRIMEIRA GRANDE GUERRA
»
A Europa perdeu 10 milhões de pessoas e ficou com 40 milhões de inválidos.
»
Os campos destruídos afetaram a produção agrícola; portos e estradas arrasados
prejudicaram o comércio e as cidades ficaram arruinadas.
»
A ascensão dos Estados Unidos, como nação mais poderosa do mundo ocidental. O
Império Britânico entrou em declínio econômico. Os impérios aristocráticos
(Áustro-Húngaro, Alemão, Russo e Turco) desapareceram, e casas reais da Áustria
e da Alemanha caíram.
»
Aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho.
»
0 desemprego se acentuou nos países europeus.
»
0 liberalismo econômico foi abalado.
»
Avanço das ideias socialistas.
»
Avanço e fortalecimento do nacionalismo.
A Revolução Russa
O CONTEXTO DA REVOLUÇÃO
No
princípio do século XX, o povo russo ainda era governado por um czar, Nicolau
II, imperador com poderes ilimitados, cuja monarquia se pautava no direito
divino dos reis, legitimado pela Igreja Ortodoxa.
A
Rússia concentrava a maior população da Europa, aproximadamente 175 milhões de
habitantes, sendo que 85% constituíam-se de trabalhadores rurais. O preço das
terras era muito elevado e os camponeses não tinham condições de adquiri-las.
As rotineiras e atrasadas técnicas agrícolas desencadeavam a fome e acentuavam
as revoltas constantes.
A
indústria russa nasceu dependente do capital estrangeiro. Aos poucos, iam sendo
montadas as fábricas de metalurgia, mineração e tecelagem, favorecidas pela
grande oferta de mão de obra, gerada pelo êxodo rural. A classe operária vivia
e trabalhava em condições precárias, com jornada de trabalho de até quatorze
horas diárias e sem nenhuma legislação trabalhista.
Os
operários começam a reivindicar melhores condições de trabalho. Surgiu o
Partido Operário Social Democrata (POSD), em 1898, cujos líderes,
principalmente Lênin e Trotsky, incentivavam a classe operária.
Em
1903, durante um congresso do POSD, ocorreu a sua cisão em dois blocos
distintos: Bolcheviques e Mencheviques.
»
Os Bolcheviques, comandados por Lênin, defendiam a tomada do poder pelo
proletariado, que, aliado aos camponeses, devia instalar o regime socialista de
governo, por meio da ditadura do proletariado.
»
Os Mencheviques eram favoráveis a uma aliança entre o proletariado e a
burguesia, como forma de tomar o poder. Pregavam que a Rússia precisava
primeiro se desenvolver economicamente, atingindo o capitalismo pleno, para,
posteriormente, fazer a revolução.
O ENSAIO GERAL DOS SOCIALISTAS
Em
1904, a Rússia entrou em guerra com o Japão pela disputa de territórios na
Manchúria e na Coréia, mas foi derrotada. A situação financeira do país
agravou-se e as críticas à administração do governo aumentaram.
Em
janeiro de 1905, o povo russo realizou uma grande concentração em frente do
palácio do czar para reivindicar uma Constituição, eleições, redução da jornada
de trabalho e aumento dos salários. As tropas do czar reagiram com violência e
muitas pessoas foram mortas. Esse acontecimento ficou conhecido como Domingo
Sangrento.
Protestos,
greves e levantes militares explodiram em várias regiões, e o czar,
pressionado, prometeu uma Constituição e criou a Duma, assembleia eleita pelo
voto censitário.
As
promessas acalmaram os ânimos da burguesia e dos Mencheviques, porém os
Bolcheviques continuaram organizando os sovietes, assembleias de operários,
soldados e camponeses, em várias regiões do país, e a ativar o movimento
revolucionário.
Em
1907, Nicolau II voltou à sua posição autocrática, desarticulou os sovietes,
mandou prender e deportar os líderes socialistas e controlou a Duma. Isso
possibilitou o refreamento do movimento revolucionário.
O OCASO DO IMPÉRIO RUSSO
No
mês de agosto de 1914, a Rússia entrou na Primeira Guerra Mundial, ao lado da
Inglaterra e da França, interessada em incorporar os Balcãs, o Bósforo, o
Dardarelos e Istambul. Todavia, o exército russo não estava devidamente
preparado. Mal equipada e sem suprimentos, a grande maioria dos jovens combatentes
morreu de fome e de frio. Tal situação permitiu que os aliados da tríplice
Aliança, ocupassem vastas extensões do território russo.
A
produção agrícola, com a destruição das plantações, diminuiu, os preços subiram
e a fome se alastrou. Aumentava a tensão social.
Os
Bolcheviques, reorganizados, incentivaram os motins populares e as deserções.
As greves, os levantes das Forças Armadas, as lutas camponesas pela terra e a
invasão do Palácio de Inverno pelos revolucionários, compunham o cenário
perfeito à capitulação do imperador.
1917: O ANO DA REVOLUÇÃO
Em
meados de fevereiro de 1917, a crise socio-económica era incontrolável. Os
partidos e as associações operárias tentaram em vão organizar uma manifestação.
No
dia 25 daquele mês, a greve generalizada parava a Rússia. O czar se viu
obrigado a capitular em 2 de março. Seis dias depois, foi preso com a família.
Imediatamente,
formou-se o governo provisório com elementos do grupo liberal burguês e dos
Mencheviques, os quais se mantiveram no poder até outubro. Desse governo
participou o líder menchevique Kerensky.
0
governo provisório manteve a Rússia na Guerra, alegando que as indenizações
exigidas pelos alemães eram altas demais e que o pagamento exigiria grande
sacrifício dos trabalhadores. Essa atitude revoltou o povo russo.
Outubro de 1917
Em
outubro, o Partido Bolchevique (comunista), tomou o poder e instaurou um
governo socialista presidido por Lênin. As grandes propriedades foram abolidas,
as fábricas foram nacionalizadas e os operários assumiram a sua direção.
Imediatamente,
o Conselho dos Comissários do Povo, presidido por Lênin, retirou a Rússia da guerra,
assinando o Tratado de Brest Litóvski, em 1918, pelo qual perdeu boa parte de
seu território, como a Letônia, Estônia, Lituânia, Polônia, Verânia e
Finlândia.
Em
seguida à implantação do regime socialista, a Rússia foi sacudida por uma
guerra civil, entre 1918 e 1920. A burguesia russa levantou-se contra o novo
regime. Foi apoiada pelas nações capitalistas europeias, interessadas em
impedir a implantação do socialismo.
A
guerra civil dos brancos (opositores) contra os vermelhos (comunistas) tomou
conta do país. 0 governo viu-se obrigado a destinar todos os recursos para a
defesa das fronteiras, confiscando a produção rural. Esse período ficou
conhecido como Comunismo de Guerra, consistindo na nacionalização dos meios de
produção, na requisição das colheitas, no trabalho obrigatório e na mobilização
militar da população.
No
ano de 1921, os brancos foram derrotados e estava afastada a ameaça externa. 0
país estava arruinado, o que levou Lênin a recuar no processo de socialização,
adotando uma nova política econômica.
NASCE A UNIÃO DAS REPÚBLICAS SOCIALISTAS SOVIÉTICAS
Após
a vitória do Exército Vermelho e a consolidação do Partido Comunista no poder,
as potências capitalistas ocidentais trataram de isolar a Rússia, banindo-a das
relações internacionais.
A
partir de 1922, a Rússia passou a formar a União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS).
Inicialmente,
a União Soviética era composta pelas repúblicas da Rússia, da Ucrânia, da
Rússia Branca e da Tra nscaucásia. Posteriormente, as repúblicas do Uzbequistão
e do Turcomenistão, em 1924, e do Tadjiquistão, em 1929, passaram a integrá-la.
Após o término da Segunda Guerra Mundial, outros países passaram a fazer parte
do bloco socialista, como a Finlândia, a Estônia, a Lituânia, a Iugoslávia, a
Bulgária, a Albânia, a Polônia, a Alemanha Oriental, a Tchecoslováquia, a
Hungria, a China, Cuba, Congo e Angola.
A Nova Política Econômica
Em
1921, Lênin adotou a Nova Política Econômica (NEP), procurando liberalizar a
economia. O governo concedeu certas facilidades à iniciativa privada, porém
reservou ao Estado todo o controle sobre a propriedade da terra, dos bancos, do
comércio e da grande indústria. A NEP propiciou um rápido crescimento da
U.R.S.S.
0
Partido Comunista instaurou a ditadura, baseada na existência de um partido
único.
A ditadura stalinista
Com
a morte de Lênin, em 1924, o poder foi disputado entre Trotsky e Stalin, mas
este último foi o vitorioso. Stalin expulsou Trotsky do Partido Comunista,
ordenando sua deportação do país, e governou a URSS até 1953. Concentrou em
suas mãos todas as funções, em detrimento das liberdades individuais.
Como
consequência do regime ditatorial, a polícia política - KGB - ocupava uma
posição de destaque, agindo como principal elemento repressor. Essa época
caracterizou-se pela perseguição e execução dos inimigos do governo.
Stalin
aboliu a NEP e implantou os Planos Quinquenais, coordenados por uma Comissão
Estatal para os Assuntos Econômicos, responsável pela economia planificada, que
garantiu a estabilização e o crescimento da Rússia. A forma de atingir esses
objetivos foi a nacionalização da indústria e do comércio. Essas medidas
garantiram o progresso industrial, principalmente nas áreas do petróleo,
eletrificação e maquinaria.