As Reformas religiosas
No
século XVI, a Cristandade Ocidental passou por alterações profundas, as quais
geraram novas igrejas cristãs. Até aquele momento, a Igreja Católica era
hegemônica, porém, a partir dali teve a sua supremacia abalada e a sua organização
alterada. A essa ruptura da unidade religiosa deu-se o nome de Reforma ou
Reforma Protestante, iniciada na Alemanha por Martinho Lutero.
OS PRECURSORES DA REFORMA
Alguns
católicos já defendiam a reforma católica. No século XIV, o inglês John Wyclif,
professor da Universidade de Oxford, defendeu a diminuição da importância do
clero e propunha a simplificação da missa e a secularização dos bens da Igreja.
No
século XV, Jan Huss, professor da Universidade de Praga, criticava os excessos
do clero e a hierarquia da Igreja, também defendia que os cultos deveriam ser
feitos na língua local, para que os fiéis pudessem entendê-los e deles
participar.
ANTECEDENTES DAS REFORMAS
A
Reforma foi um movimento de caráter religioso, político e econômico, fruto das
condições que caracterizaram a época moderna. Vejamos os principais fatores que
levaram a esse movimento:
»
enfraquecimento da autoridade papal, provocado por conflitos entre papas e
imperadores;
»
luxo exagerado em que viviam papa e bispos;
»
despreparo de muitos clérigos, que haviam conseguido seus cargos de maneira
irregular;
»
descumprimento do voto de castidade por parte de vários sacerdotes;
» venda de cargos da Igreja, de relíquias religiosas falsas e de indulgências (indulgência era o perdão, em parte ou na totalidade, do castigo temporal do pecado. Inicialmente, esse perdão era conseguido através de ações caridosas, preces, participação nas lutas para combater os infiéis. Mas a Igreja, pretendendo angariar dinheiro, passou a vendê-la por enormes quantias). Além desses fatores, também é preciso considerar o choque entre o agostinismo e o tomismo. Santo Agostinho (354-430) dizia que o destino do homem estava totalmente nas mãos de Deus. Seu conceito de salvação, baseado na predestinação, foi aceito por todos os reformadores do século XVI.
» venda de cargos da Igreja, de relíquias religiosas falsas e de indulgências (indulgência era o perdão, em parte ou na totalidade, do castigo temporal do pecado. Inicialmente, esse perdão era conseguido através de ações caridosas, preces, participação nas lutas para combater os infiéis. Mas a Igreja, pretendendo angariar dinheiro, passou a vendê-la por enormes quantias). Além desses fatores, também é preciso considerar o choque entre o agostinismo e o tomismo. Santo Agostinho (354-430) dizia que o destino do homem estava totalmente nas mãos de Deus. Seu conceito de salvação, baseado na predestinação, foi aceito por todos os reformadores do século XVI.
Em
contraposição, Santo Tomás de Aquino afirmava que Deus dotara o homem de
livre-arbítrio, com o poder de escolher o bem e afastar o mal, auxiliado pela
graça divina. O tomismo havia sido incorporado à teologia oficial da Igreja
Católica, a partir do século XIII.
A
Igreja, condenando a usura e o lucro desmedido e pregando o justo preço,
desagradava profundamente a burguesia.
Havia
também o desejo de muitos príncipes e reis de se apossarem das terras e
riquezas da Igreja e o ressentimento contra os tributos impostos pelo papa.
A
formação do Estado moderno e o aprofundamento do espírito de nação contribuíram
para que muitos governantes não admitissem mais a interferência papal nos
negócios do Estado.
A REFORMA LUTERANA
No
século XVI, a Alemanha não era um Estado centralizado. Compunha-se de
principados, ducados, condados, cidades livres, e outros territórios, dentro
dos limites do maior reino da Europa cristã, o Sacro Império Romano-Germânico,
cujo imperador era eleito por uma assembléia formada pela alta nobreza,
denominada Dieta.
A
fragmentação política colaborava para que o poder da Igreja fosse muito grande.
A autoridade papal, por ser universal, praticamente unificava todos os alemães.
Na
maior parte do Sacro Império desenvolvia-se a agricultura, ainda com
características feudais, onde a Igreja detinha a propriedade de um terço das
terras. A atividade comercial concentrava-se apenas no litoral norte e no
sudeste.
Na
Alemanha, o líder do movimento reformista foi o monge agostiniano Martinho
Lutero, professor da Universidade de Wittenberg, que se revoltou contra a venda
de indulgências, autorizada pelo papa Leão X, em 1517, a fim de obter fundos
para terminar a construção da nova Basílica de São Pedro. Lutero afixou nas
portas da Catedral de Wittemberg as 95 teses, em que expunha a sua doutrina,
mas não evidenciava um rompimento definitivo com a Igreja. As principais teses
que Lutero defendia eram:
»
a salvação pela fé: somente a fé em Deus assegurava a graça divina;
»
reconhecimento de apenas dois sacramentos: o batismo e a eucaristia;
»
a Bíblia: a única fonte da fé e todos os cristãos deveriam compreendê-la e
interpretá-la;
»
as práticas religiosas simples e com devoção;
»
rejeição da hierarquia eclesiástica e o celibato do clero.
A
doutrina luterana estendeu-se com bastante rapidez por toda a Alemanha. Muitos
príncipes e nobres, interessados nas terras da Igreja, aderiram ao luteranismo,
iniciando uma grande revolta, confiscando as suas riquezas. Também os
camponeses tornaram-se luteranos e se revoltaram.
Em
1520, o papa Leão X excomungou Lutero, que queimou a bula de excomunhão em
praça pública. Para que ele se retratasse, o Imperador Carlos V convocou a
Dieta de Worms. Mas Lutero manteve-se firme na sua posição, sendo condenado.
O
luteranismo continuava avançando. Em 1529, pela Dieta de Spira, ficou definida
a tolerância da nova religião, porém somente nos Estados que já a tinham
adotado.
Desta
forma, ficava proibida a sua propagação. Esta decisão provocou protestos dos
partidários de Lutero, razão pela qual passaram a ser chamados de protestantes.
Em
1530, Filipe Melanchton redigiu uma profissão de fé denominada Confissão de
Augsburgo, onde estavam os princípios da doutrina luterana.
Um
ano depois, os príncipes luteranos uniram-se contra o imperador Carlos V,
formando a Liga de Smalkade. Esse conflito somente foi resolvido em 1555,
quando foi assinada a Paz de Augsburgo. Ela representou o triunfo da nova
corrente religiosa, pois se estabeleceu que cada príncipe determinaria a
religião a seguir.
A REFORMA CALVINISTA
As
ideias de Lutero influenciaram outros movimentos reformistas. Na Suíça, Ulrico Zwinglio
deu início a um novo movimento. Zwinglio obteve êxito relativo na parte norte
daquele pais. Como os cantões do sul permanecessem católicos, seguiu-se uma
guerra religiosa. As principais características da nova doutrina religiosa
eram:
»
justificação pela fé;
»
rejeição ao celibato clerical;
»
combate à veneração de imagens e negação do valor das relíquias e do poder do
papa.
A
obra de Zwinglio foi continuada por um francês, João Calvino, que propagou sua
doutrina em Genebra, na Suíça. Entre seus preceitos religiosos, destacam-se:
»
a salvação não dependia da fé ou das obras, pois o homem já nasce predestinado
à salvação
ou á condenação;
ou á condenação;
»
aceitação da Bíblia como única fonte da verdade;
»
exclusão do culto aos santos e às imagens;
»
combate ao celibato clerical e à autoridade papal;
»
manutenção dos sacramentos do batismo e da eucaristia;
»
justificação da usura.
A
doutrina calvinista teve grande aceitação entre os burgueses, preocupados com a
valorização do trabalho e da riqueza, conquistada por meio do trabalho,
desejáveis por Deus.
A
Reforma Calvinista teve aceitação em vários países da Europa.
Na
França e nos Países Baixos, os calvinistas eram chamados de huguenotes; na
Inglaterra, de puritanos, e na Escócia, de presbiterianos.
A REFORMA ANGLICANA
A
Reforma na Inglaterra foi provocada por diversos fatores, dentre eles:
»
a influência das ideias de John Wyclif;
»
o nacionalismo inglês, que se opunha à dominação de Roma;
»
a evasão de renda, devido aos tributos pagos pelos ingleses à Igreja;
»
a necessidade dos reis ingleses de se livrarem da influência de Roma para
centralizar o poder.
O
motivo que provocou a Reforma Anglicana foi o rompimento entre o rei inglês
Henrique VIII e o papa Clemente VII. O monarca pretendia anular seu casamento
com Catarina de Aragão. Devido à oposição do papa, o rei reuniu um tribunal
composto de bispos ingleses que aprovou a anulação do matrimônio real, o que
levou à excomunhão de Henrique VIII. O rei, em 1534, fez com que o Parlamento
aprovasse o Ato de Supremacia, pelo qual ele era reconhecido como o único chefe
da Igreja nos territórios ingleses.
O
anglicanismo consolidou-se definitivamente durante o reinado de Elizabeth I,
quando esta fez o Parlamento promulgar a Lei dos 39 Artigos (1562), que
transformaram a religião inglesa numa combinação dos rituais católicos com a
doutrina calvinista.
O
monarca inglês passou a reunir os dois poderes, o material e o espiritual, o
que permitiu o aumento do poder real. Baseado nessa unidade, ele (o monarca):
» suprimiu o
pagamento de contribuições ao papado
»
determinou a extinção dos mosteiros;
»
nomeou bispos, vendeu os bens do clero regular aos nobres e comerciantes;
»
manteve apenas dois sacramentos: o batismo e a eucaristia;
» conservou a
liturgia da missa católica, porém com a supressão do sacrifício;
» adotou a língua inglesa para o culto;
» aceitou que somente as Sagradas Escrituras eram fonte da fé;
» definiu a salvação pela fé, com um peso de predestinação.
» adotou a língua inglesa para o culto;
» aceitou que somente as Sagradas Escrituras eram fonte da fé;
» definiu a salvação pela fé, com um peso de predestinação.
A REFORMA CATÓLICA
O
êxito das posições reformistas deu origem a uma reação da Igreja Católica.
O
movimento de reação ao protestantismo e de renovação da Igreja é conhecido como
Contra Reforma ou Reforma Católica, surgida da reunião dos bispos no Concilio
de Trento.
As
primeiras experiências efetivas ocorreram na Espanha. Os reis católicos,
Fernando e Isabel, impulsionaram a reforma do clero, intelectual e moralmente,
o que foi possível porque a Igreja na Espanha era dependente do Estado. Dessa
maneira, as iniciativas partiram da Coroa.
Em
1545, o papa Paulo III convocou o Concilio de Trento para posicionar-se ante as
críticas protestantes. Os bispos estiveram reunidos de 1545 a 1547, de 1551 a
1552 e, por fim, de 1562 a 1563. O Concilio optou pelo revigoramento da
espiritualidade, para isso:
»
condenou a doutrina protestante da justificação pela fé;
»
proibiu a intervenção dos príncipes nos assuntos eclesiásticos e a acumulação
de benefícios, pois confirmava que o papa e os bispos detinham os poderes
outorgados por Jesus Cristo a São Pedro e aos apóstolos;
»
definiu o pecado original;
»
manteve os sete sacramentos, o celibato clerical e a indissolubilidade do
matrimônio, o culto aos santos - com procissões e rezas - e as relíquias;
»
disciplinou a formação e regrou a vida dos padres, por meio dos seminários;
»
confirmou que o dogma está fundado nas Sagradas Escrituras, cabendo somente à
Igreja
Católica o poder de interpretá-lo, e na tradição;
Católica o poder de interpretá-lo, e na tradição;
»
confirmou a missa como o centro do culto e, no momento da eucaristia, a
presença real de
Cristo;
Cristo;
» determinou a
publicação de um resumo da doutrina cristã - o catecismo.
Além
dessas decisões, houve a elaboração do Index, catálogo dos livros proibidos aos
católicos e o restabelecimento dos Tribunais da Santa Inquisição, adotando o
nome de Tribunal do Santo Ofício, cuja finalidade era reprimir as heresias,
porém acabou se tornando um órgão de repressão que combateu a liberdade
individual e instituiu o terror. As pessoas acusadas eram sujeitas à tortura
para confessar sua culpa.
Para
o êxito da Reforma Católica foi de grande importância a participação da
Companhia de Jesus, fundada em 1534, porém reconhecida somente em 1540. Essa
ordem se empenhou decisivamente na reorganização da Igreja Católica,
apoderou-se da tarefa de educação de importantes setores da sociedade e por
meio dela combatia o protestantismo, reafirmando todos os dogmas católicos.
Outro trabalho importante da Companhia de Jesus foi o da conversão ao
catolicismo de grande parte dos povos indígenas e africanos no continente
americano, recém-descoberto.
REFORMA CATÓLICA E ARTE BARROCA
Estilo
artístico e literário, que se seguiu ao Renascimento e prolongou-se, na Europa
e América, pelos séculos XVII e XVIII, estreitamente vinculado à Reforma
Católica. A religiosidade é um traço predominante desse estilo.
A
pintura barroca caracterizou-se pelo exagero na expressão dos sentimentos. Na
construção das igrejas, predominou a sobriedade externa, a riqueza dos ornatos
internos. Na Itália, o arquiteto Gian Lorenzo Bernini se destacou ao projetar a
praça de São Pedro, no Vaticano.
A expansão comercial e marítima
Na
medida em que os Estados modernos iam se consolidando, os reis e a burguesia
trataram de empreender novas atividades lucrativas, buscando novos produtos e
mercados para solucionarem os problemas internos. Essa ânsia por lucros
impulsionou a procura do caminho marítimo para o Oriente, as índias, região
produtora de mercadorias de luxo e especiarias, que acabou resultando no
movimento chamado Grandes Navegações. Esse movimento provocou também a
conquista de terras até então desconhecidas dos europeus e a formação de
impérios coloniais.
AS GRANDES NAVEGAÇÕES
Portugal
foi o país pioneiro das Grandes Navegações. No final do século XV, a Espanha
também lançou-se a essas atividades.
Os
principais fatores que provocaram o movimento das Grandes Navegações foram:
»
Necessidade de quebrar o monopólio das cidades italianas: a partir do século
XI, as cidades do norte da Itália, Gênova e Veneza, passaram a dominar o
Mediterrâneo oriental. A burguesia europeia passou a se interessar em quebrar o
monopólio italiano, mas, para tanto, era necessário descobrir um novo caminho
marítimo para as índias.
»
Escassez de metais preciosos na Europa, causada pela grande quantidade de
moedas que os países europeus usavam para fazer o pagamento das importações.
»
Aliança entre o rei e a burguesia: essa aliança buscava uma valorização do
comércio e acentuava a centralização do poder.
»
Progresso técnico e científico: como o desenvolvimento da cartografia e da
astronomia, o aperfeiçoamento das embarcações e a utilização da bússola e do astrolábio.
AS NAVEGAÇÕES PORTUGUESAS
As
navegações portuguesas tiveram início em 1415, quando foi tomada a cidade de
Ceuta, ao norte da África, um importante ponto estratégico, comercial e
militar.
Gradativamente
os navegantes portugueses foram avançando:
»
em 1437, Gil Eanes ultrapassou o cabo Bojador;foram descobertas várias ilhas:
Açores, Madeira, Cabo Verde;
»
em 1488, Bartolomeu Dias contornou o extremo sul do continente africano,
provando que o plano de navegação portuguesa estava certo.
»
em 1497, o monarca português enviou Vasco da Gama à índia. Ele chegou em 1498 à
cidade de Calicute. Estava descoberta uma nova rota marítima, que acabou com o
monopólio das cidades italianas de Gênova e Veneza.
A
partir daí, o controle comercial dos produtos de luxo e das especiarias ficou,
durante algum tempo, nas mãos dos portugueses, entre novembro e dezembro de
1498, Duarte Pacheco Pereira aportou em terras brasileiras, nas proximidades
dos atuais estados do Maranhão e Pará. Desse evento, resultou, em 1500, a viagem
comandada por Pedro Álvares Cabral. O pioneirismo português foi decorrência da
localização estratégica, voltada para o Atlântico, o que possibilitou o
desenvolvimento do comércio e a formação da burguesia; incentivo às técnicas de
navegação; poder centralizado e; situação de paz no país.
AS NAVEGAÇÕES ESPANHOLAS
Com
a conquista de Granada, em 1492, a Espanha foi o segundo país europeu a
adquirir condições de empreender viagens marítimas, com o objetivo de chegar às
índias. Nesse mesmo ano, o navegante genovês Cristóvão Colombo, que acreditava
poder atingir o Oriente pelo Ocidente, dando a volta ao mundo, teve seu plano
aceito pelos reis católicos espanhóis, Fernando e Isabel.
No
dia 3 de agosto, Colombo partiu do porto de Paios com três caravelas: Santa
Maria, Pinta e Nina. Em 12 de outubro, a expedição desembarcou na ilha de
Guanaani. Depois de alguns dias atingiu as ilhas de Cuba e Haiti.
Além
dessa viagem, que resultou no descobrimento da América, a Espanha realizou
outras:
»1500
- Vicente Ianes Pinzón chegou até a foz do rio Amazonas, denominando-o
"mar Dulce";
»1513
- Vasco Nunes Balboa descobriu o Oceano Pacífico;
»1515
- João Dias Solís explorou o rio da Prata;
»
1519 - Fernão de Magalhães, português a serviço da Espanha, deu início à
primeira viagem de circunavegação. Assassinado por nativos nas Filipinas, sua
expedição passou a ser comandada por Sebastião del Cano, que completou a
viagem.
PORTUGAL E ESPANHA FAZEM A PRIMEIRA
PARTILHA DO MUNDO MODERNO
A
concorrência espanhola nas navegações preocupou o governo português, que temia
pela rota oriental que procurava e pelas terras que já havia encontrado.
A
disputa entre os países ibéricos foi encaminhada ao papa Alexandre VI, que, em
maio de 1493, expediu a Bula Inter Coetera. Por ela, a Espanha ficava com a
posse de terras situadas a ocidente de uma linha meridiana imaginária traçada
de pólo a pólo, a 100 léguas das ilhas de Açores e Cabo Verde.
O
rei de Portugal, D. João II, considerando que seu país fora prejudicado,
protestou contra a decisão do papa.
Diante
da ameaça de Portugal, os reis da Espanha aceitaram estabelecer diretamente
outro acordo, que resultou, em julho de 1494, no Tratado de Tordesilhas. Ficou
estabelecido um meridiano traçado a 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde.
As terras situadas a oeste desse meridiano pertenceriam à Espanha e a leste, a
Portugal.
O
Tratado de Tordesilhas representa a primeira partilha do mundo moderno,
dividindo as terras entre as nações mais importantes naquele momento: Portugal
e Espanha.
Dessa
forma, Portugal ficou com o domínio de quase todo Atlântico sul, que era
importante como defesa de sua rota para a índia, e abria a possibilidade de
tomar posse de terras ocidentais.
A REVOLUÇÃO COMERCIAL
A
expansão comercial e marítima europeia deslocou o eixo econômico do
Mediterrâneo para o Atlântico, ampliou as relações comerciais entre o Ocidente
e o Oriente, provocou a entrada de metais preciosos na Europa, fez crescer o
poder econômico da burguesia, fortaleceu o poder real e deu origem aos impérios
coloniais modernos.
Todas
essas transformações são conhecidas como Revolução Comercial, cujas
características foram:
»
Nascimento do capitalismo: surgiram as características essenciais do
capitalismo: a propriedade privada dos meios de produção, trabalho assalariado,
reaplicação dos lucros e, no estágio inicial, livre concorrência.
»
Mercantilismo: política econômica adotada por alguns Estados, a fim de
torná-los ricos e poderosos. São características do mercantilismo:
•
estatismo: controle estatal da economia;
•
metalismo: acumulação de metais preciosos;
•
balança comercial favorável: expandir as exportações e diminuir as importações;
•
protecionismo: proteção aos produtos nacionais, impondo taxas elevadas para a importação
de produtos estrangeiros.
»
Nascimento do sistema bancário: com o aumento da produção e do comércio,
começaram a aparecer novas casas bancárias na Europa.
»
Sistema doméstico de produção: os empresários compravam a matéria-prima e
distribuíam aos trabalhadores, que a manufaturavam em troca de um pagamento
estipulado.
»
Companhias regulamentadas: eram associações de comerciantes que se uniam para
um empreendimento.
»
Sociedades por ações: as pessoas reuniam capitais, tornando-se acionistas de
uma empresa.
»
Moeda-padrão: surgiu da necessidade de existência de sistemas monetários mais
estáveis e uniformes.
A
Revolução Comercial provocou:
»
nascimento do capitalismo, com o desenvolvimento dos elementos que o constituem
;
»
ascensão da burguesia, que passa a deter o poder econômico em quase todos os
países da Europa;
»
restabelecimento da escravidão, cuja finalidade era garantir mão de obra barata
em unidades produtivas coloniais;
»
progresso da agricultura, provocado pelo aumento da população e pelos
incentivos burgueses.
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